Moradores de Pinheiros temem impacto da nova linha do Metrô na comunidade

Moradores da vila na rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros, estão apreensivos com a possibilidade de desapropriação de seus imóveis devido à construção da Linha 20 - Rosa do Metrô, que ligará a Lapa ao ABC Paulista. A Secretaria de Parcerias e Investimentos declarou 680 imóveis como "de utilidade pública", o que intensificou a preocupação entre os residentes.

A vila, que existe desde os anos 1940, abriga famílias que já estão na terceira geração. Gabriel Meller, advogado e morador, expressou que a preocupação vai além do aspecto financeiro. Ele defende a preservação do estilo de vida e do urbanismo local, que considera menos agressivo e mais humano. A informação sobre a desapropriação chegou aos moradores por meio de escritórios de advocacia, que ofereceram serviços de indenização.

Os moradores, como Yoko Okamura, de 82 anos, também manifestam temor. Yoko, que vive na vila há mais de 35 anos, relatou que a possibilidade de perder sua casa a deixou angustiada. Ela destacou a dificuldade de encontrar um novo lar e a importância da proximidade com serviços essenciais, como farmácias e mercados.

Impacto da Linha 20 - Rosa

A futura estação Teodoro Sampaio pode afetar não apenas a vila, mas também outras casas e um centro assistencial do Rotary Club, que atua desde 1978. Moradores ressaltam que não são contra a expansão do Metrô, mas pedem alternativas que evitem a demolição de suas residências. A estação Teodoro Sampaio ficaria a menos de um quilômetro da estação Fradique Coutinho, da Linha 4 - Amarela.

O Metrô de São Paulo está atualmente elaborando o projeto básico da Linha 20 - Rosa, que deve ter 24 estações ao longo de seus 31 quilômetros. A empresa afirmou que está realizando sondagens geotécnicas e que todos os impactados serão notificados oficialmente. A área da vila está em uma Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, onde se busca promover densidade demográfica e construtiva.

A situação gera um dilema entre a necessidade de infraestrutura e a preservação de comunidades tradicionais. Os moradores aguardam uma resposta que possa garantir a continuidade de suas vidas no local que chamam de lar.