Pacote de benefícios fiscais gera vencedores e perdedores na economia atual

O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que promete mudanças significativas na legislação fiscal e nos programas sociais. O texto, que agora segue para a Câmara dos Representantes, é visto como uma das iniciativas mais ambiciosas da administração do presidente Donald Trump.

O projeto pode beneficiar grandes empresas e alguns trabalhadores, mas impõe cortes severos em programas de assistência social, afetando milhões de americanos de baixa renda. Grupos empresariais, como a Câmara de Comércio dos EUA, celebraram a aprovação, acreditando que a legislação tornará permanentes os cortes de impostos estabelecidos em 2017.

Entre as mudanças, o projeto permite que empresas deduzam integralmente os custos de construção de novas fábricas, retroativo a janeiro de 2025. Além disso, incentivos fiscais para a fabricação de semicondutores nos EUA foram ampliados. Para pequenas empresas, a dedução para entidades pass-through, que inclui profissionais como médicos e advogados, pode aumentar de 20% para 23% na versão da Câmara.

Por outro lado, milhões de americanos de baixa renda podem ser prejudicados. O projeto introduz requisitos de trabalho para o Medicaid e expande as exigências no programa de vale-alimentação, o SNAP. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas possam perder acesso a esses benefícios até 2034, segundo análises do Congressional Budget Office.

Os hospitais também expressaram preocupação com os cortes no Medicaid, que podem resultar em custos adicionais com pacientes não segurados. A American Hospital Association alertou que os cortes propostos podem causar danos irreparáveis ao sistema de saúde.

Além disso, o projeto pode aumentar a dívida federal em US$ 3,4 trilhões ao longo da próxima década, segundo previsões do CBO. Isso pode elevar as taxas de juros, tornando mais caro para os americanos financiarem compras e para as empresas obterem empréstimos. O impacto a longo prazo pode limitar a capacidade do governo de enfrentar futuras crises econômicas.