Bacellar se encontra com Flávio Bolsonaro e prefeitos após demissão de Washington Reis

Governador interino do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União) demitiu o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), sem a autorização do titular, Cláudio Castro (PL), que está em viagem ao exterior. A decisão, tomada na quinta-feira, 3, provocou tensões na base governista e gerou preocupações sobre a capacidade de Bacellar de manter alianças políticas.

Nesta sexta-feira, 4, Bacellar se reuniu com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e prefeitos da Região dos Lagos, buscando apoio para sua candidatura ao governo em 2026. O encontro, realizado em um restaurante em Búzios, foi visto como uma tentativa de consolidar sua posição no cenário político, especialmente após a demissão de Reis, que é considerado um adversário.

A exoneração de Reis foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial e encerra uma relação marcada por conflitos. Reis, que está inelegível devido a uma condenação criminal, planejava uma candidatura majoritária e tentava reverter sua situação no Supremo Tribunal Federal. Ele criticou a demissão, afirmando que não tem valor e que discutirá seu futuro no governo quando Castro retornar.

Crise na Base Governista

A crise se intensificou com a convocação de Reis para depor na CPI da Transparência da Alerj, que investiga supostas irregularidades no governo. Aliados de Bacellar tentam associar Reis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Bolsonaro, enquanto Reis se aproxima do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), um dos principais aliados de Lula no estado.

A forma como Bacellar conduziu a demissão de Reis gerou descontentamento entre lideranças do PL próximas a Bolsonaro. O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) manifestou apoio a Reis, chamando-o de "futuro governador". Críticas também vieram do deputado Carlos Jordy e do senador Carlos Portinho, que afirmaram que Bacellar causou desunião na base e não representa a direita.