Brasil solicita posse de ilha submersa no Atlântico rica em minerais estratégicos

O Brasil busca, desde 2018, a reivindicação da Elevação do Rio Grande, uma ilha submersa no Oceano Atlântico, junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Localizada a cerca de 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, a área possui aproximadamente 500 mil km², equivalente ao tamanho da Espanha, e está situada a 5 mil metros de profundidade.

Atualmente, o pedido brasileiro está sob análise da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), que validou a metodologia utilizada para a solicitação. A Elevação do Rio Grande é considerada uma extensão geológica do território brasileiro, com evidências científicas que indicam que, em seu estado original, o solo era semelhante ao do interior de São Paulo.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram que a área contém "terras raras", minerais estratégicos para a transição energética, além de basalto e argila vermelha. A pesquisadora Carina Ulsen destaca que o Brasil possui uma concentração anômala de minerais na região, o que pode ser crucial para o desenvolvimento industrial do país.

Análise da Área

A Elevação do Rio Grande faz parte de uma área maior, conhecida como Margem Oriental-Meridional, que abrange 1.500.000 km². Essa região, assim como outras duas reivindicadas pelo Brasil, está além da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que se estende por 200 milhas náuticas a partir da costa. A ZEE é considerada patrimônio da humanidade, e a solicitação brasileira busca ampliar sua plataforma continental.

A Marinha do Brasil, responsável por essas solicitações, informou que um documento da CLPC, emitido em março, referendou os argumentos apresentados pelo Brasil. Agora, o país aguarda uma definição da ONU, sem prazo estipulado para a resposta.

Importância da Reivindicação

Estudos indicam que a antiga ilha vulcânica tinha um clima tropical e era cercada por recifes. Com o tempo, a formação foi erodida e coberta por lava, resultando nas camadas de argila vermelha e basalto. As expedições realizadas por pesquisadores da USP e outras universidades têm contribuído para a compreensão da geologia e dos impactos ambientais da Elevação do Rio Grande.

A análise da CLPC considera a similaridade geológica da área com o território brasileiro, um dos principais fatores para a avaliação do pedido. A expectativa é que a confirmação da reivindicação possa abrir novas oportunidades para o Brasil em termos de exploração de recursos minerais.