Governo muda estratégia nas redes e críticas ao Congresso aumentam, aponta pesquisa

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou sua campanha em defesa da taxação dos mais ricos, utilizando vídeos de inteligência artificial para ilustrar a desigualdade fiscal. A iniciativa, que destaca a discrepância entre consumidores de produtos sofisticados e aqueles que optam por itens básicos, visa aumentar a aceitação do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

Desde o início da campanha "nós contra eles", a mobilização nas redes sociais cresceu significativamente, com 300 mil menções à hashtag "InimigosDoPovo". A pesquisa da Quaest, divulgada em 4 de agosto, indica que essa estratégia representa uma virada na percepção pública, com um aumento no apoio ao governo em comparação ao primeiro semestre, quando sua aprovação estava em queda.

Mobilização nas Redes Sociais

A campanha de boicote aos parlamentares ganhou força, gerando 4,4 milhões de citações sobre o tema entre 24 de junho e 4 de agosto. O sentimento predominante nas menções é de crítica ao Congresso, com 61% das opiniões desfavoráveis direcionadas aos parlamentares. Apenas 11% das menções foram críticas ao governo em relação à taxação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), é o principal alvo das críticas, acumulando 8% das menções. A pesquisa aponta que as críticas se concentram em figuras associadas a decisões impopulares, refletindo uma personalização das críticas ao Legislativo.

Temas em Debate

A narrativa da campanha também aborda questões de privilégios e distanciamento entre os parlamentares e a população. Termos como "Congresso da Mamata" e "Inimigos do Povo" têm sido amplamente utilizados, com 18% e 13% das menções, respectivamente. Essa mobilização sugere uma estratégia do governo para reposicionar o debate fiscal e reforçar a necessidade de uma reforma tributária mais justa.