Lula afirma que não aceita interferência externa após apoio de Trump a Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma série de processos judiciais no Brasil, incluindo a inelegibilidade por abuso de poder e acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em resposta a um post do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a soberania do Brasil em um comunicado nas redes sociais.

Lula declarou que a defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade dos brasileiros e que o país não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja". Ele enfatizou que o Brasil possui instituições sólidas e independentes, afirmando que "ninguém está acima da lei", especialmente aqueles que atentam contra a liberdade e o estado de direito.

Trump, em sua plataforma Truth Social, alegou que Bolsonaro é alvo de uma "caça às bruxas" e criticou o tratamento que o ex-presidente brasileiro está recebendo. Ele afirmou que o Brasil está fazendo "algo terrível" ao processar Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suas ações após as eleições. O ex-presidente americano também mencionou que acompanhará de perto a situação no Brasil e defendeu que Bolsonaro "não é culpado de nada".

Processos Judiciais

Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. A Justiça Eleitoral considerou que uma reunião com embaixadores estrangeiros, realizada em julho de 2022, teve um uso eleitoral indevido, onde Bolsonaro fez afirmações infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Além disso, em março de 2023, a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade torná-lo réu, aceitando uma denúncia da Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe. O processo avança para a fase final, onde as partes podem apresentar suas alegações antes do julgamento.

Reações no Brasil

A defesa de Trump provocou reações no Brasil. Lula reiterou que o país é soberano e não aceitará interferências externas. A ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou Trump, afirmando que ele está "equivocado" ao apoiar Bolsonaro.

Bolsonaro, por sua vez, classificou os processos que enfrenta como uma "aberração jurídica" e uma perseguição política. Ele expressou gratidão a Trump, destacando a amizade que tiveram durante seu mandato e a luta do ex-presidente americano por justiça e liberdade.