STF ignora apoio de Trump a Bolsonaro e não planeja resposta oficial

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram irrelevantes as declarações de Donald Trump em apoio a Jair Bolsonaro, que enfrenta processos relacionados à tentativa de golpe em 8 de janeiro. Em postagem nas redes sociais, Trump criticou o que chamou de "caça às bruxas" contra Bolsonaro, afirmando que o Brasil está tratando o ex-presidente de forma "terrível".

Os magistrados do STF, em conversas reservadas, afirmaram que a manifestação de Trump não terá impacto nos julgamentos em curso. Um dos ministros destacou que a corte brasileira atua de maneira responsável, ao contrário do que ocorreu nos EUA, onde Trump não foi punido por incitar a invasão do Capitólio. A opinião predominante é que a questão deve ser tratada no âmbito político, sem reações formais da corte.

Reação do Governo Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às declarações de Trump, reafirmando a soberania do Brasil. Em coletiva após a cúpula do Brics, Lula afirmou que o país possui leis e instituições sólidas, e que a defesa da democracia é responsabilidade dos brasileiros. Ele também enfatizou que não aceita interferências externas, pedindo que Trump se concentre em seus próprios problemas.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e outros membros do governo também se manifestaram, reforçando que a postura de Trump é equivocada. O senador Humberto Costa acrescentou que o ex-presidente dos EUA deveria focar em sua própria situação interna, em vez de opinar sobre o Brasil.

Contexto das Declarações

As declarações de Trump ocorrem em um momento crítico, com o julgamento de Bolsonaro se aproximando. O ex-presidente americano afirmou que o único julgamento que deveria ocorrer é o das eleições, sugerindo que a população brasileira não tolerará o que está acontecendo com seu ex-presidente.

A situação levanta questões sobre a capacidade de Trump de influenciar o cenário político brasileiro. Analistas consideram essa possibilidade como quase impossível, dado o contexto atual e a postura firme do governo Lula em defesa da autonomia nacional.