Janja busca apoio entre mulheres evangélicas e planeja encontros pelo Brasil

A primeira-dama Janja da Silva iniciou um roteiro de encontros com mulheres evangélicas, visando estreitar laços com um segmento que apresenta resistência ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro evento ocorreu na última sexta-feira, na Igreja Batista de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, onde Janja se reuniu com cerca de 100 mulheres. A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, também participou do encontro.

A proposta de aproximação com as mulheres evangélicas foi discutida internamente desde 2023. O encontro no Rio foi considerado um "piloto", com o objetivo de criar um espaço de diálogo aberto, onde as participantes pudessem expressar suas opiniões sobre políticas públicas e o combate à fome, uma das prioridades de Janja. Durante a reunião, a primeira-dama respondeu a perguntas sobre as ações do governo e compartilhou seus planos de visitar outras regiões do país.

Estratégia de Aproximação

A agenda de Janja inclui visitas a estados como Pernambuco, Minas Gerais e um estado do Norte, com foco em comunidades evangélicas. A primeira-dama, que é católica, busca entender o trabalho de mulheres evangélicas em áreas vulneráveis. Apesar de sua imagem pública enfrentar desafios, com 36% dos brasileiros acreditando que suas ações prejudicam o governo, Janja mantém autonomia para propor suas iniciativas.

Aliados de Janja destacam que sua iniciativa representa uma flexibilização na abordagem do casal presidencial em relação ao público evangélico. Enquanto Lula ainda hesita em realizar encontros diretos com pastores, a primeira-dama busca construir pontes. A ministra Gleisi Hoffmann também está promovendo reuniões com líderes religiosos, reforçando a estratégia do governo em se conectar com esse segmento.

Reações e Expectativas

Nilza Valéria Zacharias, coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, organizou o evento no Rio e enfatizou a importância do diálogo respeitoso. Ela destacou que o encontro foi um espaço para ouvir as vozes das mulheres evangélicas, não apenas aquelas com visões progressistas. Janja se emocionou durante a reunião, refletindo a importância do momento para a construção de novas relações.

O cronograma de encontros ainda está sendo elaborado, mas a expectativa é que as reuniões continuem a ocorrer em diferentes estados, promovendo um diálogo contínuo entre o governo e as comunidades evangélicas.