Nova crise ameaça o já problemático sistema ferroviário do Reino Unido

As ferrovias do Reino Unido estão passando por um processo de renacionalização, iniciado com a devolução da South Western Railway ao estado. Essa mudança é parte da promessa do Partido Trabalhista, que assumiu o governo no ano passado, de trazer a operação dos trens de volta para a esfera pública, mantendo algumas partes ainda sob controle privado.

A renacionalização se estenderá a outras operadoras, como c2c e Greater Anglia, com a expectativa de que todas as franquias privadas sejam integradas ao estado até o final do atual parlamento. Além disso, o governo planeja criar uma nova entidade, chamada Great British Railways, que unificará a operação de trens e a gestão da infraestrutura ferroviária.

O debate sobre a viabilidade dos operadores de acesso aberto também está em pauta. Esses operadores competem com as empresas que possuem contratos com o governo, assumindo riscos financeiros que as franquias estatais não enfrentam. Embora tenham contribuído para a redução de tarifas e aumento da concorrência, sua popularidade é questionada, especialmente entre sindicatos ferroviários e alguns funcionários do Departamento de Transporte.

Recentemente, o Office for Rail and Road rejeitou pedidos de três empresas para operar no West Coast Main Line, citando insuficiência de capacidade e o impacto negativo na performance dos serviços. Essa decisão gerou descontentamento entre defensores da concorrência, como a Virgin Trains, que considerou a medida um retrocesso para a escolha do consumidor.

A situação atual das ferrovias é complexa, com subsídios governamentais crescendo significativamente desde a pandemia, enquanto a receita de passageiros caiu drasticamente. O governo enfrenta o desafio de revitalizar o setor, atraindo mais viajantes de lazer e equilibrando a operação das novas e antigas estruturas ferroviárias.