Bolsonaro elogia Trump e pede ação urgente após tarifas dos EUA contra o Brasil

O clima entre Brasil e Estados Unidos se deteriorou após a saída de Jair Bolsonaro da presidência, intensificado pelo recente anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto, gerou reações acaloradas entre os líderes dos dois países.

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que recebeu a notícia com "senso de responsabilidade" e atribuiu a decisão de Trump à política externa do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em contrapartida, Lula chamou a tarifa de "absurda" e prometeu retaliações, incluindo a aplicação de tarifas equivalentes sobre produtos americanos e a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Reações e Atribuições de Culpa

A situação provocou um embate entre apoiadores de Bolsonaro e Lula. Enquanto bolsonaristas tentam responsabilizar Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF) pela decisão, Lula exige que Bolsonaro assuma a responsabilidade. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, chegou a referir-se à tarifa como "tarifa-Moraes", sugerindo que o ministro do STF é o principal responsável pela sanção.

Parlamentares do Partido Liberal (PL), que apoiam Bolsonaro, também têm disseminado mensagens culpando Lula pela crise nas relações. Governadores de direita, como Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, criticaram a diplomacia do governo Lula, alegando que sua ideologia prejudicou a economia.

Medidas de Retaliação

Lula anunciou que utilizará a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica para retaliar, o que pode resultar em sobretaxas sobre produtos dos EUA. O presidente brasileiro enfatizou que o Brasil não aceitará ser tutelado e que a soberania do país deve ser respeitada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a disposição do governo para dialogar com Washington.

A tensão entre os dois países se intensificou nas redes sociais, com um aumento significativo de publicações sobre o tema. A situação atual reflete as complexas relações bilaterais, que foram marcadas por um apoio explícito de Trump a Bolsonaro durante seu mandato. O desdobramento dessa crise pode ter repercussões econômicas significativas para ambos os lados.