Câmara vive tumulto com gritos de 'rachadinha' após anúncio de tarifas de Trump

O clima político no Brasil esquentou após o anúncio de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, considerada a mais severa entre as tarifas anunciadas, foi justificada por Trump como resposta a "ataques insidiosos" do Brasil às eleições livres e à liberdade de expressão.

Na Câmara dos Deputados, o discurso do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) provocou tumulto. Durante a sessão, Ferreira tentou responsabilizar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo tarifaço, gerando uma troca acalorada de acusações com o deputado André Janones (Avante-MG). A situação se intensificou com gritos de "rachadinha", referência a uma suposta prática no gabinete de Ferreira.

A bancada ruralista expressou preocupação com os impactos econômicos da nova alíquota, que pode afetar diretamente o agronegócio. Em nota, a bancada pediu uma resposta "firme e estratégica" do governo, alertando para possíveis consequências no câmbio e no aumento do custo de insumos importados.

O governo Lula defendeu a soberania do Brasil, afirmando que o país não aceitará tutelas externas. Em suas redes sociais, Lula destacou que o processo judicial contra os responsáveis pelo golpe de Estado é uma questão da Justiça brasileira. O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, conversou com Lula sobre a situação, optando por uma postura discreta.

A oposição, por sua vez, atribui a culpa ao STF e ao governo Lula pela sobretaxa. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), mencionou que o partido estuda formas de pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, mobilizando republicanos contra o que considera uma injustiça contra seu pai.

O cenário político e econômico do Brasil continua tenso, com reações do governo e do Congresso sendo monitoradas de perto.