Lula convoca reunião com Rui Costa para discutir retaliações a tarifas de Trump

Um dia após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros no Palácio da Alvorada. O encontro, que não estava na agenda oficial, teve como foco a formulação de uma resposta à medida americana.

Lula conversou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Rui Costa fará parte de um grupo de trabalho que reunirá técnicos de diversos ministérios, como Fazenda, Desenvolvimento e Relações Exteriores, para discutir a situação. Uma das opções em análise é a aplicação da Lei da Reciprocidade, que permitiria ao Brasil impor tarifas equivalentes sobre produtos dos EUA.

A avaliação do governo brasileiro é de que a decisão de Trump, anunciada em um momento eleitoral, tem motivações políticas e desrespeita acordos multilaterais de comércio. Interlocutores afirmam que a medida visa reposicionar Trump como defensor da indústria americana frente a países emergentes, semelhante ao que ocorreu em seu primeiro mandato.

Comitê de Emergência

Lula também anunciou a criação de um comitê de emergência com empresários para monitorar a situação e repensar a política comercial com os EUA. O presidente criticou a forma como a comunicação da tarifa foi feita, considerando-a inadequada e desrespeitosa. Ele reafirmou a soberania do Brasil, destacando que o país não aceitará ser tutelado por ninguém.

O governo ainda está debatendo as soluções para mitigar os impactos das tarifas, que podem afetar diversos setores da economia. Lula planeja um pronunciamento em cadeia nacional para esclarecer as medidas que o Brasil pretende adotar em resposta ao tarifaço.

Reuniões com Exportadores

Além das reuniões ministeriais, o governo federal se programou para se encontrar com representantes dos setores exportadores ao longo do mês. O objetivo é discutir os impactos da tarifa e desenvolver estratégias que minimizem os danos econômicos. A expectativa é que um posicionamento mais claro do governo brasileiro seja divulgado nos próximos dias.