10 de jul 2025
Universidades na Austrália podem perder financiamento para combater antissemitismo
Governo australiano propõe medidas severas contra o antissemitismo após aumento de crimes de ódio, incluindo cortes de financiamento a universidades.
O Primeiro-Ministro australiano Anthony Albanese e a Enviada Especial para Combater o Antissemitismo Jillian Segal falam à mídia durante uma coletiva de imprensa nos Escritórios Parlamentares da Commonwealth em Sydney, na quinta-feira, 10 de julho de 2025. (Foto: Dan Himbrechts/AAPImage via AP)
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MELBOURNE, Austrália — O aumento alarmante de 300% nos crimes de ódio antissemita na Austrália, desde a invasão de Gaza por Israel, levou o governo a implementar medidas rigorosas. Jillian Segal, nomeada enviada especial para combater o antissemitismo, apresentou um relatório com recomendações que incluem a perda de financiamento para universidades que não tomarem ações efetivas contra o preconceito.
O relatório de Segal destaca que incidentes antissemitas, como agressões e vandalismo, se tornaram comuns em Sydney e Melbourne, onde reside 85% da população judaica do país. O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que a violência contra judeus não tem lugar na sociedade australiana, ressaltando a importância da multiculturalidade.
Medidas Propostas
As recomendações incluem a triagem de imigrantes com visões extremistas e a responsabilização de instituições públicas, especialmente universidades, que não abordarem o antissemitismo. Segal enfatizou que o objetivo é marginalizar o preconceito, não eliminá-lo completamente. Além disso, o governo pode cortar financiamento de instituições culturais que endossarem narrativas antissemitas.
Luke Sheehy, CEO da Universities Australia, declarou que as universidades estão dispostas a considerar as recomendações, mas ressaltou a importância da liberdade acadêmica. No entanto, a proposta gerou controvérsia, com críticos afirmando que pode silenciar a dissidência política.
Aumento de Ataques
Recentemente, ataques a sinagogas e negócios judaicos em Melbourne evidenciaram a escalada da violência. Um incêndio em uma sinagoga e agressões a um restaurante de um empresário israelense foram registrados, resultando em várias prisões. O Conselho Executivo da Comunidade Judaica da Austrália considerou o relatório oportuno, dada a crescente onda de violência.
Max Kaiser, do Conselho Judaico da Austrália, criticou a abordagem de Segal, afirmando que a falta de consulta a grupos que defendem direitos humanos em Gaza é preocupante. Ele alertou que a proposta pode ser uma forma de reprimir a liberdade de expressão e a legítima atividade política.


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