16 de jan 2025
Ambiguidade do acordo entre Israel e Hamas gera incertezas e riscos de novo conflito
Após 15 meses de conflitos, mais de 45 mil pessoas morreram em Gaza. Um possível cessar fogo pode oferecer alívio temporário a ambos os lados. A ambiguidade do acordo gera incertezas sobre sua viabilidade e futuro. A libertação de reféns pode fortalecer o Hamas, mas ameaçar Netanyahu. Próximas semanas serão decisivas para a estabilidade política em Israel.
Manifestante levanta um cartaz durante protesto pedindo a libertação dos israelenses mantidos reféns em Gaza desde outubro de 2023 (Foto: JACK GUEZ/AFP)
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Após 15 meses de intensos conflitos em Gaza, surge a possibilidade de um cessar-fogo e um acordo para a libertação de reféns, trazendo esperança tanto para palestinos quanto israelenses, embora com incertezas. Para os palestinos, a implementação do acordo pode significar um alívio temporário da campanha militar israelense, que resultou na morte de mais de 45 mil pessoas em Gaza, entre civis e combatentes. Para os israelenses, a expectativa é a libertação de pelo menos um terço dos reféns capturados pelo Hamas durante a invasão em 7 de outubro de 2023.
O acordo, cujos detalhes foram analisados pelo New York Times, apresenta ambiguidades que podem gerar novas tensões e até um possível retorno ao conflito em breve. Mediadores elaboraram um arranjo vago para garantir a assinatura de ambas as partes, mas essa falta de clareza pode comprometer sua eficácia. Nos primeiros seis meses, o Hamas deve libertar 33 reféns em troca de centenas de prisioneiros palestinos, enquanto Israel se compromete a retirar suas tropas gradualmente, permitindo o retorno de palestinos deslocados.
Para que o acordo de seis semanas se torne permanente, ainda há questões a serem resolvidas, como os termos para a libertação de cerca de 65 reféns restantes, alguns dos quais podem já estar mortos. A possibilidade de falhas nas negociações gera apreensão entre as famílias dos reféns israelenses e os habitantes de Gaza, que temem a retomada dos ataques israelenses. Essa incerteza também representa riscos para o Hamas e para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Se a guerra recomeçar, o Hamas, já debilitado, pode perder o controle de Gaza, enquanto um acordo duradouro poderia significar uma vitória simbólica para o grupo. No entanto, isso poderia prejudicar Netanyahu, cujos aliados de extrema direita ameaçam abandonar a coalizão se o Hamas prevalecer. A ambiguidade do acordo reflete a necessidade de Netanyahu de apresentá-lo como temporário, e as próximas semanas serão cruciais para avaliar sua força política frente aos desafios que se avizinham, incluindo uma possível investigação sobre as falhas de segurança de Israel em 7 de outubro de 2023.
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