Milei admite saída do Mercosul para avançar em acordo de livre comércio com os EUA

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que está disposto a retirar o país do Mercosul se necessário para firmar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, Milei destacou que, embora considere essa opção, ele acredita que existem mecanismos dentro do bloco que podem facilitar as negociações sem a necessidade de uma saída. Ele enfatizou que os países do Mercosul devem ter liberdade para negociar acordos bilaterais.

Milei, que tem sido um crítico do Mercosul, descreveu o bloco como uma "prisão" protecionista. Ele mencionou que seu governo está trabalhando arduamente para estabelecer um acordo comercial com os EUA, embora não tenha confirmado se discutiu o assunto com Donald Trump durante sua visita a Washington. O presidente argentino também planeja acessar os mercados de capitais após a suspensão dos controles cambiais, com a meta de manter um déficit zero.

O Mercosul, que inclui Brasil, Uruguai e Paraguai, representa um desafio para as ambições comerciais de Milei, já que o bloco proíbe negociações bilaterais sem o consentimento dos demais membros. O presidente do Paraguai, Santiago Peña, expressou oposição a um possível acordo entre Argentina e EUA, mesmo reconhecendo a necessidade de reformas no Mercosul. A relação econômica da Argentina com o Brasil, seu maior parceiro comercial, também complica a possibilidade de uma saída do bloco.

Milei anunciou em dezembro sua intenção de impulsionar um tratado de livre comércio com os EUA, com a expectativa de que isso ocorra em 2025. No entanto, a saída do Mercosul não seria simples, devido à burocracia interna e ao impacto nas relações comerciais com os vizinhos. O presidente argentino garantiu que está buscando soluções para que o Mercosul não seja um obstáculo para o avanço em direção ao livre comércio.