27 de jan 2025
Itamaraty convoca embaixada dos EUA após denúncias de maus-tratos a deportados brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores convocou reunião com os EUA após denúncias de maus tratos a deportados brasileiros. A reprovação ao governo Lula superou a aprovação pela primeira vez, com 49% de insatisfeitos. O uso de algemas em deportações brasileiras é considerado "degradante" e viola acordos bilaterais. O Brasil adota uma abordagem humanitária em deportações, contrastando com práticas rigorosas dos EUA. A postura cautelosa do governo Lula visa evitar conflitos com os EUA, mantendo interesses econômicos.
Brasileiros deportados pelos EUA entram em avião algemados e acorrentados (Foto: Reprodução/X)
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para uma reunião nesta segunda-feira, após denúncias de maus-tratos a deportados brasileiros em um voo americano que chegou a Manaus na última sexta-feira. A embaixadora Márcia Loureiro representou o Itamaraty, e o foco do encontro foi evitar a repetição de problemas semelhantes. As imagens de brasileiros desembarcando algemados geraram forte repercussão negativa, e o governo brasileiro classificou o tratamento como “degradante”, solicitando explicações à Casa Branca.
Uma pesquisa divulgada pela Quaest revelou que a reprovação do governo Lula ultrapassa a aprovação, com 49% da população insatisfeita. A queda na aprovação, que agora está em 47%, é atribuída à crise do pix e à situação econômica, com 39% dos entrevistados afirmando que a economia piorou. Em resposta às deportações, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, convocou uma reunião de emergência da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para discutir a situação dos migrantes.
A abordagem do governo Lula em relação às deportações difere da da Colômbia, onde o presidente Gustavo Petro adotou uma postura mais combativa. Enquanto Lula optou por uma crítica formal ao uso de algemas, evitando um confronto direto com Trump, Petro anunciou a proibição de voos com deportados até que os EUA garantissem condições dignas. Essa cautela se deve a interesses econômicos do Brasil com os EUA, que é um dos principais parceiros comerciais do país.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, destacou que a diferença nas reações se deve à falta de cuidado com os brasileiros deportados. Ele enfatizou que não há justificativa para o uso de algemas em pessoas que não representam risco. O acordo de deportação entre Brasil e EUA, firmado em 2017, estabelece que deportados não devem ser tratados de forma desumana, e o governo brasileiro busca garantir que os direitos dos repatriados sejam respeitados.
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