Imigrantes brasileiros nos EUA enfrentam pânico e incertezas com políticas de Trump

Desde a posse de Donald Trump em seu segundo mandato, a política de imigração nos Estados Unidos se intensificou, com o presidente prometendo a "maior deportação da história". Desde 20 de janeiro, Trump implementou mais de 21 ordens executivas visando reformar o sistema de imigração, resultando em uma operação nacional que prendeu 956 pessoas em um único dia, o maior número desde seu retorno ao cargo, segundo o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Essa repressão gerou um clima de medo entre os imigrantes, especialmente entre os latinos que inicialmente apoiaram Trump, como evidenciado pelo desespero de Mayra Alejandra Luna, que expressou arrependimento por ter votado nele.

A comunidade brasileira, que já enfrenta desafios, agora vive sob um clima de tensão e insegurança. O influenciador Junior Pena relatou que muitos brasileiros estão evitando sair de casa e cogitando retornar ao Brasil. As novas regras de imigração incluem a detenção de imigrantes em locais como igrejas e escolas, e a Casa Branca declarou que todos os imigrantes indocumentados são considerados "criminosos". Apesar de a administração afirmar que o foco são os imigrantes com antecedentes criminais, muitos relatos indicam que pessoas sem registros estão sendo detidas, aumentando o temor entre a comunidade.

Dados do Pew Research Center indicam que cerca de 11 milhões de imigrantes vivem nos EUA sem documentação, com 8,3 milhões empregados. Embora a deportação não seja uma novidade, os números de remoções forçadas variam significativamente entre os governos. Durante o primeiro mandato de Trump, aproximadamente 1,2 milhão de pessoas foram deportadas, um número inferior ao de Barack Obama, que deportou cerca de 1,57 milhão em seu primeiro mandato. Desde a posse de Trump, cerca de 7,3 mil pessoas foram deportadas, com um aumento significativo nas operações de deportação.

A situação atual é considerada crítica por líderes da comunidade brasileira, como Ilma Paixão, que destaca o aumento do medo e da desinformação. Ela observa que, apesar da pressão, a comunidade está se mobilizando para oferecer apoio e informações precisas aos imigrantes. Com a crescente desinformação, líderes comunitários alertam sobre a necessidade de verificar fontes e evitar espalhar notícias falsas, que podem intensificar o pânico. A comunidade brasileira, estimada entre 300 mil e meio milhão de pessoas na região de Massachusetts, busca se organizar e resistir a essa nova onda de repressão.