Trump intensifica operações de deportação em Chicago e Nova York, desafiando autoridades locais

Donald Trump está utilizando Chicago, sob a administração democrata, como um ponto central em sua promessa de deportar imigrantes indocumentados em massa. A operação, iniciada no último domingo, deve ser ampliada nos próximos dias, com a presença de vários oficiais republicanos para garantir resultados. No entanto, essa ação encontrou resistência de autoridades locais, que se recusam a colaborar, gerando temor entre os residentes de bairros predominantemente imigrantes, como Brighton Park. “Muitos crianças pararam de ir à escola”, relata um membro do Brighton Park Neighborhood Council, destacando que a taxa de absenteísmo escolar aumentou significativamente.

A Brighton Park Neighborhood Council processou o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), que está conduzindo operações de busca e identificação em todo o país. Grupos de defesa afirmam que as operações são uma retaliação contra a cidade por seu status de santuário para imigrantes. O prefeito de Chicago, Brandon Johnson, e o governador JB Pritzker reafirmaram que a polícia local não participará das operações, apesar das ameaças de retaliação. Johnson incentivou os residentes a “conhecerem seus direitos constitucionais,” uma forma de resistência à perseguição.

A nova secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou uma operação em Nova York, resultando na prisão de um imigrante ilegal acusado de crimes graves. Embora o ICE não tenha fornecido detalhes sobre outras prisões na cidade, um porta-voz de Noem mencionou “múltiplas operações de fiscalização.” A legislação de Nova York permite a cooperação com o ICE em casos de crimes violentos, mas a cidade não auxilia na transferência de indivíduos para a custódia do ICE, mantendo regras que proíbem a participação da polícia local em ações de imigração.

Desde a posse de Trump, a administração tem promovido uma intensa repressão à imigração, com mais de 3.500 prisões relatadas desde então. O número de detenções diárias sob sua administração é significativamente maior do que durante o governo de Joe Biden. O “czar da fronteira” Thomas Homan afirmou que o foco está em indivíduos com antecedentes criminais, mas reconheceu que “prisões colaterais” de imigrantes próximos aos alvos também estão ocorrendo.