Trump revoga proteção a 600 mil venezuelanos e aumenta risco de deportações

A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, anunciou a revogação da extensão do Status de Proteção Temporária (TPS), que beneficiava cerca de 600 mil venezuelanos no país. Essa medida, que havia sido estendida pelo ex-presidente Joe Biden por dezoito meses, agora deixa esses imigrantes vulneráveis a deportações. A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times nesta terça-feira, 28 de janeiro, mas o Departamento de Segurança Interna ainda não confirmou oficialmente a decisão.

A revogação do TPS representa um retrocesso significativo para os venezuelanos, que acreditavam estar protegidos das deportações em massa promovidas pelo governo de Donald Trump. A extensão anterior foi justificada por Biden devido às crises políticas e econômicas enfrentadas na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro, que resultaram em altos níveis de violência e dificuldades de acesso a recursos básicos. No entanto, a nova administração republicana argumenta que a extensão foi feita de maneira prematura.

Noem criticou a decisão de Biden, afirmando que a proteção temporária foi uma tentativa de "atar as mãos" do governo Trump. Em 2024, os venezuelanos foram a segunda nacionalidade mais detida na fronteira dos EUA, com 165 mil detenções, apenas atrás dos mexicanos. A secretária tem até 1º de fevereiro para decidir sobre a extensão do TPS para aqueles que o receberam em 2023, que atualmente expira em abril.

A revogação do TPS levanta questões sobre o futuro dos venezuelanos que vivem nos Estados Unidos e se as redadas de imigração poderão incluir também imigrantes legais. O governo Trump já expressou intenções de aumentar as detenções diárias, o que intensifica a preocupação entre os imigrantes sobre sua segurança e permanência no país.