Política

Celulares e conflitos: a conexão entre a mineração de tântalo e a violência na RDC

O M23 controla Goma, centro vital de mineração, essencial para eletrônicos. Apple processada por uso de "minerais de conflito"; suspendeu compras da RDC. M23 impõe monopólio na mineração, cobrando taxas e dobrando salários de mineradores. Ruanda é acusada de apoiar o M23 e contrabandear minerais da RDC. Conflitos na RDC envolvem questões étnicas e disputas de poder desde os anos 1990.

Membros do M23 patrulham Goma, na República Democrática do Congo, após grupo armado tomar a cidade e agravar a crise humanitária na região (Foto: Guerchom Ndebo/The New York Times)

Membros do M23 patrulham Goma, na República Democrática do Congo, após grupo armado tomar a cidade e agravar a crise humanitária na região (Foto: Guerchom Ndebo/The New York Times)

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Os intensos combates na República Democrática do Congo (RDC) estão diretamente ligados à mineração de tântalo, essencial para a fabricação de smartphones e eletrônicos. O grupo armado M23 capturou Goma, um importante centro comercial, e controla áreas ricas em coltan, minério do qual se extrai o tântalo. Cerca de 40% do suprimento global desse metal vem da RDC, onde a mineração é realizada em condições precárias por trabalhadores informais.

O M23, que surgiu em 2012, expandiu seu território e estabeleceu uma administração que cobra taxas de mineradores e comerciantes. Os salários dos mineradores foram dobrados para garantir a continuidade do trabalho, enquanto o grupo mantém um monopólio sobre a extração mineral, utilizando ameaças para controlar a atividade comercial na região. Especialistas da ONU apontam que o M23 conta com o apoio de Ruanda, que nega envolvimento, mas é acusada de contrabando de minerais da RDC.

A Iniciativa de Cadeia de Suprimentos de Estanho (ITSCI) deveria garantir que os materiais eletrônicos não financiassem conflitos, mas enfrenta críticas por sua eficácia. Acusações de corrupção e falta de fiscalização dificultam a rastreabilidade do minério, que muitas vezes é etiquetado de forma inadequada. Apesar de suspender operações após a entrada do M23 em Rubaya, o ITSCI não conseguiu impedir a exportação de coltan.

O governo congolês processou subsidiárias da Apple na França e na Bélgica, acusando-as de usar "minerais de conflito". A Apple afirmou ter interrompido compras de tântalo da RDC e Ruanda desde o início de 2024. Os conflitos na RDC, que se arrastam desde a década de 1990, envolvem múltiplos grupos armados e disputas políticas, com o M23 buscando a derrubada do governo congolês.

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