Hamas entrega corpos de quatro reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos

O Hamas anunciou que entregará os corpos de quatro reféns israelenses na noite desta quarta-feira, 26, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos por Israel. A informação foi confirmada pelo porta-voz do grupo, Abdul Latif al-Qanou, e pelo governo israelense. Essa troca faz parte da primeira fase do cessar-fogo mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, que busca encerrar 15 meses de conflito na Faixa de Gaza. Os reféns mortos foram identificados como Tsachi Idan, Itzik Elgarat, Ohad Yahalomi e Shlomo Mantzur. A entrega ocorrerá sem cerimônias públicas, uma mudança em relação a solturas anteriores, criticadas por Israel e organizações de direitos humanos.

Desde o início da trégua, o Hamas já devolveu reféns vivos e corpos de sequestrados que morreram no cativeiro. No entanto, as negociações têm sido marcadas por desconfiança. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, adiou a libertação de 602 prisioneiros palestinos, alegando que os reféns foram submetidos a tratamento humilhante. O Hamas, por sua vez, acusou Israel de violar o acordo e afirmou que não avançará para a próxima fase das negociações até que todos os palestinos previstos sejam soltos. O cessar-fogo, que previa a entrega de 33 reféns, está previsto para expirar em 1º de março.

Após a entrega dos corpos, o Hamas declarou estar pronto para iniciar conversações sobre a segunda fase do cessar-fogo. Israel, sob pressão pública, busca manter a trégua e libertar os reféns restantes, enquanto alguns membros do governo desejam retomar os combates. As condições dos reféns entregues nas últimas semanas intensificaram a fúria pública em Israel, impactando as negociações para estender a trégua. O Hamas reafirmou seu compromisso com o cessar-fogo, afirmando que a única maneira de libertar os reféns restantes é por meio de negociações.

Milhares de israelenses se reuniram para o funeral de Shiri Bibas e seus dois filhos, que foram sequestrados e morreram em cativeiro. O pai, Yarden Bibas, foi libertado anteriormente. A cerimônia foi marcada por críticas à divulgação de detalhes gráficos das mortes. O Hamas alegou que a família foi morta em um ataque aéreo israelense, enquanto Israel afirma que as crianças foram assassinadas por seus sequestradores. A guerra entre Israel e Hamas, que começou em outubro de 2023, já resultou em mais de 48.000 palestinos mortos, segundo autoridades de saúde de Gaza.