Taiwan denuncia China por criar zona de treinamento militar sem aviso prévio

A China estabeleceu uma zona para "treinamento com fogo real" a cerca de 74 quilômetros da costa sudoeste de Taiwan, conforme informou o ministério da Defesa da ilha nesta quarta-feira. A medida ocorreu um dia após a guarda costeira de Taiwan deter um navio cargueiro de tripulação chinesa suspeito de cortar um cabo submarino no Estreito de Taiwan. O ministério relatou a detecção de 32 aeronaves militares chinesas na região, iniciando antes das 9h de quarta-feira (19h42 de terça-feira, ET), com 22 delas realizando patrulhas de prontidão de combate ao lado de navios de guerra chineses.

O ministério de Defesa de Taiwan criticou a ação da China, afirmando que o país "violou normas internacionais" ao designar unilateralmente uma zona de exercícios a aproximadamente 40 milhas náuticas da costa de Kaohsiung e Pingtung sem aviso prévio. A China alegou que o treinamento envolveria "fogo real". Até o momento, não houve comentários imediatos de Pequim sobre a declaração de Taiwan, e o Ministério das Relações Exteriores da China não se manifestou quando questionado, classificando a situação como "não uma questão diplomática".

A Partido Comunista Chinês reivindica Taiwan como parte de seu território, apesar de nunca ter exercido controle sobre a ilha, prometendo tomá-la pela força, se necessário. Sob a liderança de Xi Jinping, a pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan aumentou significativamente. A cidade de Kaohsiung, um importante centro comercial, abriga o maior e mais movimentado porto de Taiwan.

O ministério da Defesa de Taiwan alertou que a China declarou a zona de exercícios dentro de rotas de navegação internacionais através de transmissões de rádio temporárias, o que representa "uma grave ameaça à segurança da aviação e navegação marítima internacionais". A declaração do ministério qualificou a ação como "uma provocação flagrante contra a segurança e estabilidade regional".