Política

Arábia Saudita e Qatar se destacam como mediadores de paz em conflitos globais

Representantes dos EUA e da Ucrânia se reúnem em Jedá para discutir cessar fogo. Arábia Saudita busca retomar papel de mediadora, apesar de postura agressiva recente. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman promete apoio à segurança da Ucrânia. Qatar, mediador histórico, mantém relações com grupos islâmicos e atua em conflitos. Interesses econômicos impulsionam a diplomacia saudita para diversificar a economia.

Autoridades dos EUA, Arábia Saudita e Ucrânia em reunião na cidade de Jedá para discutir cessar-fogo da Ucrânia com a Rússia (Foto: SAUL LOEB/AFP)

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Representantes dos governos dos Estados Unidos e da Ucrânia se reúnem hoje em Jedá, na Arábia Saudita, para discutir um possível cessar-fogo com a Rússia. A escolha da Arábia Saudita e do Qatar como locais para negociações de paz, apesar de não estarem diretamente envolvidos nos conflitos, se deve à sua posição neutra e às boas relações que mantêm com potências como Rússia e Estados Unidos. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman se comprometeu a discutir a segurança da Ucrânia e a ampliação de investimentos para sua reconstrução, um ponto crucial nas tratativas com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

A Ucrânia, buscando pressionar a Rússia, lançou um ataque significativo contra Moscou horas antes do encontro, utilizando centenas de drones. A Arábia Saudita tem um histórico de mediação em conflitos, tendo atuado em acordos importantes, como o Acordo de Taife em 1989 e o Acordo de Meca em 2007. No entanto, sua postura agressiva em intervenções, como na guerra civil do Iémen, e o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, levantaram questionamentos sobre sua credibilidade como pacificadora.

Desde 2022, a Arábia Saudita tem tentado retomar sua imagem diplomática, mantendo negociações com os houthis no Iémen e atuando como intermediária em conversas entre militares do Sudão e forças rebeldes. O interesse saudita em estabilizar o Oriente Médio está ligado à sua estratégia de diversificação econômica, conforme apontado pela pesquisadora Elizabeth Dent. O objetivo é reduzir a dependência do petróleo e atrair investimentos estrangeiros.

O Qatar, por sua vez, tem uma tradição de mediação em conflitos, apoiando grupos islâmicos que são repudiados pela Arábia Saudita. Desde os anos 90, o país tem buscado desenvolver suas reservas de gás natural, o que exigiu cooperação com o Irã. O Qatar solidificou seu papel de mediador em sua constituição de 2004 e tem atuado em diversas negociações de paz, incluindo acordos entre o governo do Sudão e grupos armados de Darfur. Seus papéis mais significativos ocorreram em 2020 e 2025, quando mediou acordos entre os EUA e o Talibã e um cessar-fogo entre Israel e Hamas, respectivamente.

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