22 de abr 2025
A transformação do ordenamento global: desafios e oportunidades em um mundo multipolar
O mundo enfrenta uma nova ordem multipolar, com potências emergentes exigindo reformas no multilateralismo e um modelo de cooperação mais justo.
Uma mulher trabalha em um patio de reciclagem em Kolkata, Índia, no dia 5 de junho de 2021. (Foto: Pacific Press/Pacific Press/LightRocket via Ge)
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Ordem Internacional em Transformação e a Busca por Novo Multilateralismo
A ordem internacional estabelecida tem perdido apoio, com instituições multilaterais do século passado consideradas disfuncionais e com legitimidade questionada por regiões menos representadas. A hegemonia dos Estados Unidos enfrenta desafios de potências emergentes e uma tendência interna de menor protagonismo global, dando lugar a um cenário multipolar.
Ascensão de Potências Emergentes e Questionamento da Governança Global
O mundo multipolar se caracteriza pela divisão de poder entre diversas potências, que competem por influência e questionam a eficácia das instituições de governança existentes. Países como Índia, Brasil e Sudáfrica demandam reformas no multilateralismo, buscando um modelo de cooperação baseado em reciprocidade e contrapartidas, em vez da imposição de lógicas ocidentais.
A União Europeia (UE) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) solicitam que nações do Sul Global cumpram compromissos climáticos e garantam direitos humanos. No entanto, questiona-se o que é oferecido em troca, já que o equilíbrio de poder mudou significativamente.
Desequilíbrios Demográficos e Econômicos Ampliam a Insatisfação
Oito das dez maiores potências mundiais estão no Sul Global, representando mais de 60% da população mundial. Apesar disso, 70% da riqueza global está concentrada em um grupo seleto de países, que abrigam apenas 17% da população. Cerca de 700 milhões de pessoas vivem com menos de 2,15 dólares por dia, evidenciando a extrema pobreza em muitas regiões.
Necessidade de um Novo Modelo de Cooperação e Financiamento
Potências emergentes defendem uma reforma estrutural do multilateralismo, argumentando que a dinâmica atual é injusta e não reflete seu peso demográfico e econômico. A UE demonstra interesse em cooperar com Índia e China, mas essa iniciativa depende de concessões e contrapartidas concretas.
Para garantir a colaboração do Sul Global, é necessária uma transformação para um modelo contratual, baseado na transferência de recursos econômicos em troca de compromissos. Um instrumento fiscal global, que redistribua entre 15% e 20% da renda dos países da UE, poderia gerar mudanças significativas e assegurar uma colaboração sólida entre Norte e Sul Global.
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