Tindu Lissu enfrenta acusações de traição e busca reformas políticas na Tanzânia

Tindu Lissu, líder do partido de oposição Chadema, foi preso e acusado de traição na Tanzânia, enfrentando a possibilidade de pena de morte. A prisão ocorreu após uma série de discursos em que Lissu exigia reformas eleitorais, desafiando a estratégia conciliatória de facções dentro de seu partido.

Lissu, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 2017, está detido há duas semanas. Ele não pôde se manifestar sobre a acusação de traição, mas se declarou inocente em relação a outra acusação de publicar informações falsas. O Chadema foi desqualificado das eleições de outubro, após se recusar a assinar um código de conduta imposto pela Comissão Eleitoral, que o partido considera uma tentativa de silenciar a oposição.

A repressão política na Tanzânia tem aumentado, com a morte de críticos do governo e a exclusão de candidatos do Chadema em eleições locais. O partido, que já foi o principal opositor, teme perder ainda mais espaço político. A organização Human Rights Watch e a Igreja Católica pediram a libertação de Lissu e a realização de eleições justas.

Lissu, que assumiu a liderança do Chadema após criticar a gestão anterior, acredita que a luta por reformas deve ser feita nas ruas e nas comunidades. Seu advogado, Robert Amsterdam, afirmou que a defesa da democracia é a prioridade. No entanto, a divisão interna no Chadema pode complicar a estratégia de Lissu, já que um grupo dentro do partido defende uma abordagem mais conciliatória.

Analistas políticos alertam que a exclusão do Chadema das eleições pode resultar em um fortalecimento do partido governante, o CCM, que já controla a maioria das cadeiras no parlamento. A situação política na Tanzânia continua tensa, com a expectativa de que Lissu retorne ao tribunal na próxima quinta-feira.