Política

América Latina se torna campo de disputa entre China, EUA e União Europeia por recursos

América Latina se torna campo de batalha entre EUA, China e UE por recursos e mercados, com China prestes a superar os EUA até 2035.

O presidente americano Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping no Japão (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente americano Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping no Japão (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)

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Dividida e enfraquecida, a América Latina se torna um campo de disputa entre potências internacionais. Documentos europeus indicam que a China pode superar os Estados Unidos como principal parceiro comercial da região até 2035. A União Europeia (UE) busca fortalecer sua presença com um acordo comercial com o Mercosul.

A competição por mercados e recursos naturais na América Latina intensificou-se. O governo dos EUA, sob Donald Trump, tenta recuperar influência na região, enquanto o presidente da China, Xi Jinping, se prepara para receber líderes latino-americanos em breve. Um informe técnico da UE destaca a importância estratégica da região devido à sua riqueza em recursos, como lítio e cobre.

Nos últimos anos, a China se consolidou como uma força dominante na América Latina. O relatório europeu aponta que, em apenas duas décadas, a presença chinesa cresceu significativamente, com a previsão de que a China se torne o principal parceiro comercial da região. O fortalecimento das relações políticas da China ocorre, em parte, por meio do fórum Celac (China-Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe).

Entre 2013 e 2024, Xi Jinping visitou a América Latina mais vezes do que os presidentes Obama, Trump e Biden juntos. Durante essas visitas, foram assinados 37 atos internacionais em áreas como comércio e investimento. A China também investiu na Iniciativa Cinturão e Rota, visando desenvolver infraestrutura na região, como o megaporto de Chancay, no Peru.

A UE, por sua vez, reconhece que sua presença na América Latina diminuiu. O relatório alerta que a inação dos europeus permitiu à China se estabelecer rapidamente como um participante importante. A relação entre a China e a América Latina deve continuar a crescer, com um volume de transações e investimentos sem precedentes.

A urgência da UE em agir é evidente, especialmente com a necessidade de diversificar o suprimento de matérias-primas. O acordo comercial com o Mercosul é visto como um teste crucial para o compromisso da UE em aprofundar laços com a América Latina. Apesar de um acordo político alcançado em dezembro de 2024, sua implementação enfrenta incertezas devido a oposições internas.

A China, por outro lado, já se tornou o maior parceiro comercial do Mercosul, com um comércio que alcançou aproximadamente US$ 190 bilhões em 2023. O interesse da China na região é evidente, com planos de aumentar o comércio bilateral para US$ 500 bilhões até 2025. A presença chinesa é especialmente forte em setores de energia e mineração, com investimentos significativos em lítio e cobre.

A América Latina é vista como um fornecedor essencial para a transição global para energias renováveis. A demanda por lítio deve aumentar drasticamente, com a região detendo cerca de metade dos recursos globais. A crescente presença da China e a necessidade da UE de garantir um fornecimento diversificado de matérias-primas tornam a América Latina um foco estratégico para ambas as potências.

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