Conselho de Segurança da ONU aprova resolução para pausa humanitária em Gaza

Depois de quarenta dias de conflito entre Israel e o grupo Hamas, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que pede pausas nos combates e a criação de corredores humanitários na Faixa de Gaza. A proposta, apresentada por Malta, surge em meio a críticas à eficácia da ONU na mediação de conflitos, especialmente após o veto dos Estados Unidos a uma resolução brasileira que também buscava pausas humanitárias.

O veto norte-americano, ocorrido em outubro, foi justificado pela falta de menção ao direito de autodefesa de Israel, o que gerou descontentamento no governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros representantes do governo expressaram ceticismo sobre a estrutura do Conselho, que concentra o poder de veto nas mãos de cinco potências: Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido.

Críticas à ONU

As críticas à ONU não são novas. Desde a invasão do Iraque em dois mil e três, a organização tem enfrentado questionamentos sobre sua relevância. O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, indagou se a ONU cumpriria seu propósito ou se tornaria irrelevante. Especialistas apontam que a atual configuração de poder global, marcada pela ascensão da China e pela hostilidade da Rússia, tem dificultado o consenso no Conselho de Segurança.

A ONU, criada em mil novecentos e quarenta e cinco, ainda desempenha um papel importante em conflitos menores e em ações de agências associadas, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a falta de consenso entre as potências tem prejudicado sua capacidade de agir em crises mais complexas, como a guerra na Ucrânia e o atual conflito em Gaza.

Desdobramentos e Futuro

A nova resolução do Conselho de Segurança representa uma tentativa de retomar o diálogo e facilitar a ajuda humanitária em Gaza. No entanto, a eficácia dessa medida dependerá da disposição das potências em colaborar. A ONU continua a ser um fórum vital para discussões globais, mas sua capacidade de mediação em conflitos de grande escala permanece sob escrutínio.