Ex-USS Brattleboro afunda antes de ser alvo de exercício militar no Mar do Sul da China

O ex-USS Brattleboro, um navio da Segunda Guerra Mundial, afundou antes de ser alvo de um exercício de fogo real durante os exercícios militares anuais "Balikatan" entre os Estados Unidos e as Filipinas. O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira, 5 de maio, no Mar do Sul da China, enquanto o navio era rebocado para o local do exercício, a cerca de 35 milhas da província de Zambales, na ilha de Luzon.

O navio, que tinha mais de oitenta anos e havia superado sua vida útil, deveria ser o alvo principal da parte de ataque marítimo (MARSTRIKE) do exercício, que começou em 21 de abril e vai até 9 de maio. Segundo a declaração das Forças Armadas das Filipinas, o Brattleboro foi escolhido por não ser mais adequado para operações normais. O porta-voz da Marinha das Filipinas, capitão John Percie Alcos, informou que o navio não sofreu danos durante o reboque, mas afundou devido a condições adversas no mar.

A Marinha dos EUA planejava utilizar caças F/A-18 do Corpo de Fuzileiros Navais para atacar o Brattleboro com mísseis anti-navio, bombas e fogo de canhão automático. Apesar do afundamento do navio, outras atividades do exercício MARSTRIKE continuarão, com as forças conjuntas dos EUA e das Filipinas realizando missões de fogo virtual e construtivo.

História do Brattleboro

O ex-USS Brattleboro teve uma história distinta, participando de batalhas importantes como Leyte Gulf e Okinawa durante a Segunda Guerra Mundial. O navio, que atuou como perseguidor de submarinos, foi fundamental em missões de resgate e defesa aérea. Após ser aposentado em meados da década de 1960, foi transferido para o Vietnã do Sul e, posteriormente, para as Filipinas, onde foi rebatizado como Miguel Malvar em 1977.

O exercício deste ano ocorre em um contexto de tensões elevadas no Mar do Sul da China, especialmente em relação ao disputado Scarborough Shoal, que é monitorado de perto pela guarda costeira e pela marinha chinesa. As manobras "Balikatan", que envolvem mais de quatorze mil tropas, visam fortalecer a cooperação em segurança regional entre os dois países, em meio a preocupações sobre a crescente assertividade da China na região.