Israel e Hamas retomam negociações enquanto bombardeios causam mortes em Gaza

Israel e o Hamas reiniciaram as negociações de cessar-fogo neste sábado, 17 de março, em Doha, no Catar. O diálogo ocorre em meio a uma escalada de bombardeios israelenses que resultaram em 146 mortes e 459 feridos nas últimas 72 horas na Faixa de Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde local.

O Exército israelense confirmou a continuidade das operações militares, mobilizando tropas e intensificando os ataques. Desde março, Israel impôs um bloqueio severo, restringindo a entrada de alimentos e ajuda humanitária, o que gerou preocupações internacionais sobre a situação dos 2,3 milhões de habitantes da região. Taher al-Nono, assessor do Hamas, afirmou que as conversas em Doha abordam questões sem pré-condições, incluindo o fim da guerra e a troca de prisioneiros.

Situação Humanitária Crítica

O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou que as negociações para a libertação de reféns israelenses também foram retomadas. Ele destacou que as tratativas não envolvem um cessar-fogo ou o levantamento do bloqueio. A ofensiva atual é uma das mais mortais desde o colapso de um período de trégua em março, com hospitais em Gaza enfrentando colapso devido ao número crescente de vítimas.

As autoridades de saúde relataram que a maioria das mortes ocorreu em cidades do norte, como Beit Lahiya e Jabalia. O Hamas denunciou uma "campanha sistemática de extermínio" e pediu ação dos líderes árabes para interromper a agressão israelense e garantir a entrega de ajuda humanitária.

Pressão Internacional e Propostas de Ajuda

A situação humanitária se agrava, com todos os hospitais públicos no norte de Gaza fora de serviço. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um cessar-fogo permanente durante uma cúpula da Liga Árabe, destacando a necessidade de financiamento para a reconstrução de Gaza. Durante a cúpula, o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Fuad Hussein, anunciou um plano de reconstrução que inclui US$ 40 milhões para Gaza e o Líbano.

As negociações em Doha visam discutir um possível cessar-fogo, com o Hamas propondo libertar parte dos reféns em troca de um acordo. No entanto, a posição de Israel permanece firme, dificultando o avanço das conversas. A crise humanitária continua a se agravar, com a população enfrentando escassez de alimentos e medicamentos devido ao bloqueio.