18 de mai 2025

Alemanha debate a proibição do segundo maior partido do país
Crescimento da AfD reacende debate sobre sua proibição na Alemanha, levantando questões sobre democracia e vigilância estatal.
Foto:Reprodução
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A Alemanha enfrenta um dilema democrático com o crescimento do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), classificado como extremista de direita pelo Escritório Federal de Proteção da Constituição (BfV). Após obter 20,8% dos votos nas eleições federais de fevereiro, a AfD foi oficialmente rotulada como uma organização extremista em maio. Contudo, o BfV suspendeu a avaliação do partido após uma ação judicial, mantendo, no entanto, sua classificação.
A classificação do BfV, que se baseia em um relatório extenso, não implica a proibição do partido, mas permite uma vigilância mais rigorosa, incluindo o uso de informantes. O BfV argumenta que a AfD promove um conceito étnico de povo que fere os princípios constitucionais alemães. O partido defende a “remigração” em massa, que poderia resultar na expulsão de milhões de migrantes e seus descendentes.
Debate sobre Proibição
A situação reacendeu o debate sobre a possibilidade de proibir um partido que cresce nas urnas, mas que rejeita os fundamentos democráticos. Historicamente, a Alemanha já proibiu partidos como o Partido do Reich Socialista e o Partido Comunista, mas tentativas de banir o NPD, de orientação neonazista, falharam. O novo chanceler, Friedrich Merz, expressou cautela em relação à proibição da AfD, ressaltando que não se pode excluir milhões de eleitores do processo democrático.
O crescimento da AfD, especialmente no leste da Alemanha, levanta preocupações sobre a ressurreição de discursos extremistas. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, alertou para o perigo de populistas de extrema direita que buscam reviver "velhos e malignos fantasmas". A lógica do BfV é clara: não existem cidadãos de segunda classe na Alemanha, e propagar o contrário, mesmo por vias democráticas, é uma ameaça à Constituição.
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