28 de mai 2025

Eleitores do Chega enfrentam incertezas sobre o futuro pessoal e coletivo
Chega se torna o segundo maior partido em Portugal, refletindo descontentamento com a política tradicional e o crescimento do populismo.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
Eleitores do Chega enfrentam incertezas sobre o futuro pessoal e coletivo
Ouvir a notícia
Eleitores do Chega enfrentam incertezas sobre o futuro pessoal e coletivo - Eleitores do Chega enfrentam incertezas sobre o futuro pessoal e coletivo
Após as recentes eleições legislativas, o partido Chega, liderado por André Ventura, emergiu como o segundo maior partido em Portugal. Este resultado reflete um crescente descontentamento popular com os partidos tradicionais e a ascensão do populismo no país.
A análise do cientista político Larry Bartels, em seu trabalho "Democracy Erodes from the Top", sugere que a erosão da democracia começa nas esferas superiores, onde a falta de responsabilidade dos partidos tradicionais cria um vácuo que é preenchido por figuras populistas. Ventura, com seu discurso, conseguiu captar a insatisfação de muitos eleitores.
Cerca de 1,3 milhão de pessoas votaram no Chega, não necessariamente por serem extremistas, mas por estarem desiludidas com a realidade. Muitas dessas pessoas vivem em áreas periféricas e enfrentam dificuldades significativas, como acesso precário à saúde, habitação e transporte. A falta de oportunidades e a sensação de abandono têm gerado um clima de frustração.
A esquerda, que historicamente deveria representar os interesses dos trabalhadores e das classes mais baixas, parece ter se distanciado das questões econômicas, focando em temas identitários. Essa mudança de foco pode ter contribuído para a perda de apoio entre os eleitores que se sentem deixados de lado.
O mapa eleitoral revela uma transferência de votos dos partidos de esquerda para a direita radical, especialmente em regiões que antes eram bastiões das esquerdas. A resposta da esquerda ao crescimento do Chega tem sido confusa, com algumas vozes sugerindo até a ilegalização do partido, uma proposta que pode acelerar ainda mais a polarização política.
A situação atual em Portugal levanta questões sobre o futuro da democracia e a capacidade dos partidos tradicionais de se reconectarem com suas bases eleitorais. Se não houver uma resposta eficaz às demandas dos cidadãos, o cenário pode se tornar ainda mais desafiador nos próximos anos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.