Agentes russos revelam frustrações e desafios em mensagens durante missões no exterior

Artem Shmyrev e sua esposa Irina, espiões russos, enfrentam desafios em suas vidas como agentes infiltrados. Após quase uma década de treinamento, eles foram designados para missões em países distintos: Irina na Grécia e Artem no Brasil. Mensagens de texto recuperadas do telefone de Artem, datadas de agosto de 2021, revelam suas frustrações pessoais e profissionais.

As mensagens, analisadas pelo Times, mostram que o casal se comunicava em inglês, apesar de suas identidades falsas. Artem expressou sua insatisfação com a falta de conquistas no trabalho e a solidão que sentia. Ele afirmou: “Não tenho mais dinheiro, não tenho esposa quando estou na casa dos 30 anos”. Irina, por sua vez, tentou oferecer apoio, mas também expressou seu descontentamento com a situação.

Desafios da Vida de Espiões

O Serviço de Inteligência da Rússia (SVR) frequentemente une agentes em casamentos para mitigar a solidão. No entanto, Artem e Irina foram enviados para países diferentes, o que intensificou suas frustrações. Irina comentou sobre a desonestidade de suas missões, afirmando: “Eles basicamente enganam as pessoas, e eu vejo isso como algo ruim”.

As mensagens também indicam que Artem pressionava Irina a relatar seu trabalho, que incluía traduzir sites e monitorar estudantes americanos. Irina não via valor em suas atividades, destacando que “todo mundo tem problemas diferentes”. Essa dinâmica revela a dificuldade de manter um relacionamento saudável à distância, especialmente em um contexto de espionagem.

Reflexões sobre a Espionagem

Os textos expõem a realidade da vida secreta, que muitas vezes não é tão glamourosa quanto os novos recrutas imaginam. Artem, por exemplo, trabalhava como operador de impressão 3D no Brasil, enquanto tentava construir seu disfarce. Ambos buscavam apoio um no outro, mas as conversas frequentemente refletiam suas frustrações e a pressão de suas funções.

As mensagens entre Artem e Irina oferecem um vislumbre da vida de espiões, mostrando que, apesar das aparências, a solidão e a insatisfação são comuns entre aqueles que vivem sob identidades falsas. O contato entre eles, embora limitado, proporcionava uma oportunidade de expressar suas verdadeiras emoções e desafios.