23 de mai 2025
Bahaís enfrentam perseguição e tortura no Iémen sob regime dos hutíes
Perseguição aos bahaíes no Iémen aumenta, com relatos de tortura e exílio forçado, enquanto a ONU denuncia abusos sistemáticos.
Imagem de arquivo de um grupo de bahá'ís de Yemen em um encontro celebrado pela comunidade em 2013. (Foto: Waleed Ayash)
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Bahaíes enfrentam perseguição no Iémen sob regime hutí
A situação dos bahaíes no Iémen se agrava com relatos de detenções, torturas e exílio forçado. Desde 2015, quando os hutíes assumiram o controle, essa minoria religiosa tem sido alvo de abusos sistemáticos, conforme confirma a ONU.
Wael al Areeqi, um bahaí de 37 anos, narra sua experiência de sequestro e tortura. Ele foi detido em 2017 por milicianos hutíes e mantido em isolamento por mais de um ano, sem qualquer investigação. Durante esse período, sofreu agressões físicas e psicológicas, sendo acusado de espionagem para Israel e Estados Unidos.
A ativista de direitos humanos Ruhiya Thabet, de 49 anos, também passou por uma situação semelhante em 2016. Ela e seu marido foram acusados de espionagem e enfrentaram acoso verbal e psicológico durante a detenção. Ambos conseguiram escapar do Iémen, mas os processos judiciais contra eles continuam.
Entre 2015 e 2024, a Anistia Internacional registrou pelo menos cem casos de bahaíes que sofreram detenções e torturas. Um grupo de especialistas da ONU confirmou que os bahaíes enfrentam violações de direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias e maus-tratos.
Aumento da repressão
Abdulrazzaq Hashem Al-Ezzazi, diretor da Plataforma de Medios Humanitários, destaca que a repressão aos bahaíes aumentou nos últimos anos, especialmente nas áreas controladas pelos hutíes. Os bahaíes são frequentemente rotulados como uma ameaça à segurança nacional e acusados de receber apoio externo.
Após sua detenção, Wael al Areeqi foi forçado a deixar o Iémen e atualmente vive em exílio. Ele relata que muitos bahaíes foram expulsos do país e tiveram suas propriedades confiscadas. A vida para os que permanecem sob controle hutí é marcada pelo medo e pela necessidade de praticar a fé em segredo.
Qasim Omar, um bahaí que pediu para não ser identificado, afirma viver com medo constante. Ele e sua família praticam a fé em segredo, sem a presença de templos bahaístas no país. A falta de proteção legal e a hostilidade social dificultam ainda mais a vida dessa minoria.
Waleed Ayash, secretário geral do Conselho Nacional para as Minorias Religiosas e Étnicas do Iémen, ressalta que a perseguição aos bahaíes é uma violação dos direitos humanos. Apesar de a Constituição garantir a liberdade de crença, na prática, essa proteção não é efetiva.
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