Brasileiros enfrentam medo e incerteza ao estudar nos Estados Unidos sob Trump

Estudantes brasileiros nos Estados Unidos enfrentam um clima de incerteza e medo devido às políticas do presidente Donald Trump, que incluem cortes na educação e restrições a imigrantes. Relatos indicam que muitos temem deportação e o cancelamento de programas de intercâmbio, resultando em uma queda de 25% na procura por cursos de inglês no país.

Em 2024, mais de 41 mil brasileiros estavam nos EUA, número semelhante ao período pré-pandemia. Estudantes, que preferem não se identificar, expressam preocupação com represálias. Uma estudante de 31 anos, residente em Connecticut, compartilha sua experiência de participar de protestos e ser surpreendida pela intervenção policial na universidade. Ela menciona que a instituição não pode garantir apoio aos estudantes internacionais, deixando-os em uma situação vulnerável.

O antropólogo David Nemer, que leciona na Virgínia, também relata a queda na procura por vagas em seu departamento. Antes da presidência de Trump, recebia até 23 pedidos anuais de estudantes brasileiros; agora, são apenas dois. Nemer, que já enfrentou ameaças devido a suas pesquisas, contratou uma advogada de imigração para se proteger.

Impacto nas Oportunidades de Estudo

A professora Dayane Brito, de São Luís, teve seu programa de intercâmbio cancelado após a eleição de Trump. Ela destaca que, apesar das dificuldades, continuará seu projeto educacional. Outros brasileiros também enfrentaram cancelamentos e adiamentos em seus planos de estudo, refletindo um clima de insegurança.

A busca por alternativas fora dos EUA tem aumentado, com destinos como Canadá e Malta se tornando populares. Carol Krobath, da CI Intercâmbio, confirma a queda de 25% nas vendas de cursos de inglês nos EUA. Ana Paula Castro, da AFS, observa que o processo de obtenção de vistos se tornou mais rigoroso, dificultando a recepção de estudantes brasileiros.

Apesar das frustrações e do medo de deportação, muitos estudantes afirmam que não desistirão de seus planos nos EUA. Dayane Brito reafirma que seu projeto continuará, independentemente das mudanças políticas. A determinação dos estudantes brasileiros reflete um desejo de superar os desafios impostos pelo atual cenário.