23 de mai 2025
China intensifica presença no Ártico enquanto Rússia reforça controle na região
A corrida por influência no Ártico se intensifica, com China e Rússia buscando expandir suas presenças em meio a tensões geopolíticas.
Kirkenes espera ser a primeira parada europeia para navios de carga chineses no futuro, mas tem receio de permitir que Pequim tenha muita influência no porto. (Foto: BBC)
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A corrida por influência no Ártico tem se intensificado, com a China enfrentando resistência na compra de ativos na região. Desde que Magnus Mæland assumiu a prefeitura de Kirkenes, na Noruega, três delegações chinesas buscaram estabelecer laços. A China deseja ser uma potência polar, mas enfrenta concorrência acirrada de Rússia, EUA, Europa e Índia.
O aquecimento global está acelerando o derretimento do gelo no Ártico, facilitando o acesso a recursos naturais, como petróleo e gás. Estima-se que cerca de 30% do gás natural não explorado do mundo esteja na região. Kirkenes, uma cidade com um porto em declínio, busca se tornar um ponto estratégico para o comércio entre Ásia e Europa. O diretor do porto, Terje Jørgensen, planeja um novo porto internacional, mas as novas leis norueguesas proíbem a venda de propriedades que possam comprometer a segurança nacional.
A relação entre China e Rússia se fortalece, com ambos os países cooperando militarmente na região. Em outubro, a guarda costeira chinesa participou de patrulhas conjuntas com forças russas. A Rússia, que controla cerca de 53% da costa do Ártico, está atraindo investimentos chineses, enquanto a China busca evitar uma dependência excessiva de Moscou.
A tensão entre os países do Ocidente e a Rússia está aumentando, especialmente após a invasão da Ucrânia. A Noruega, que faz fronteira com a Rússia, está em alerta devido a incidentes de espionagem e jamming de GPS. O vice-almirante Rune Andersen, chefe do comando conjunto norueguês, destaca que a concentração de armas nucleares na Rússia representa uma ameaça não apenas para a Europa, mas também para os EUA.
As comunidades indígenas do Ártico, que frequentemente se sentem ignoradas, expressam preocupações sobre a exploração de suas terras. A ativista Miyuki Daorana, da comunidade inughuit, critica o que considera "colonialismo verde", onde a crise climática é usada como justificativa para a extração de recursos. A dinâmica geopolítica no Ártico está mudando, com os países priorizando seus interesses em detrimento da colaboração anterior.
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