AfD se destaca na política alemã com ideologia völkisch e desafios legais à sua classificação

A Alternativa para Alemanha (AfD) se consolidou como a segunda maior força política do país após as eleições de fevereiro, desafiando o governo de democristãos e social-democratas. O partido, classificado como “extremista de direita” pelos serviços de inteligência, enfrenta um recurso judicial que pode impactar sua atuação.

A ideologia völkisch, que remete a um nacionalismo étnico, é central para a AfD. Essa corrente, que tem raízes no romantismo do século XIX, foi utilizada para justificar a classificação do partido como extremista. O documento de mais de mil páginas da Agência Federal para a Proteção da Constituição destaca que a AfD promove uma visão de povo baseada em origens étnicas, o que, segundo a agência, viola a dignidade humana e é incompatível com a democracia.

A disputa sobre a classificação da AfD como extremista gerou tensões internas. O partido, que se tornou a principal oposição, enfrenta dificuldades para obter posições de destaque no Parlamento, já que outros partidos se recusam a colaborar. Recentemente, a AfD foi excluída da presidência de comissões parlamentares, evidenciando o isolamento político que enfrenta.

Além disso, a ideologia völkisch não é apenas uma questão histórica. Recentes revelações indicam que membros da extrema direita na Alemanha discutiram planos para a expulsão em massa de estrangeiros, o que reacende o debate sobre a natureza e as intenções da AfD. A situação continua a evoluir, com a expectativa de que o tribunal de Colônia decida sobre o recurso do partido em breve.