06 de jun 2025
Sentimento de declínio e insatisfação cresce entre europeus, aponta pesquisa Ipsos
Sentimento de crise na Europa cresce, com 77% dos alemães afirmando que a sociedade está "quebrada"; populismo avança nas eleições.
Protestos durante o comício na Praça do Parlamento da Grã-Bretanha. (Foto: Sopa Images | Lightrocket | Getty Images)
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Uma pesquisa da Ipsos revelou que a maioria dos europeus acredita que suas sociedades estão "quebradas". O estudo, divulgado recentemente, mostra que 77% dos alemães compartilham essa visão, um aumento de 16 pontos percentuais desde 2021. O sentimento negativo se espalhou por várias economias importantes da Europa, incluindo Reino Unido, França e Itália.
O apoio a partidos de direita tem crescido, refletindo a insatisfação econômica. Na Alemanha, o partido de extrema direita Alternative für Deutschland (AfD) conquistou mais de 20% dos votos nas eleições de fevereiro, dobrando sua participação desde 2021. O presidente da Ipsos nos Estados Unidos, Clifford Young, afirmou que a predisposição ao populismo e ao anti-establishment é alta em nível global.
Cerca de 72% dos britânicos acreditam que suas economias são manipuladas em favor dos ricos. Esse sentimento é predominante em toda a Europa, onde a maioria dos entrevistados considera que as instituições tradicionais falharam em atender às suas necessidades. A insatisfação com o status quo tem levado muitos a apoiar candidatos que prometem mudanças drásticas.
Mudanças Políticas e Econômicas
Recentemente, um candidato apoiado por Donald Trump venceu a presidência na Polônia, enquanto na Romênia, o candidato pró-União Europeia Nicusor Dan venceu um candidato de extrema direita em um segundo turno. Na França, 65% dos entrevistados também concordam que a sociedade está quebrada, refletindo um clima de frustração que pode impactar as próximas eleições presidenciais em 2027.
A pressão econômica está moldando o discurso político. A governança do Partido Trabalhista no Reino Unido enfrenta desafios, com a ascensão do partido Reform UK, liderado por Nigel Farage, que propõe aumentar os benefícios sociais e reduzir impostos. Contudo, as limitações financeiras podem restringir a capacidade do governo de implementar novas políticas.
Os desafios financeiros também podem afetar as plataformas dos partidos populistas, que muitas vezes moderam suas propostas ao assumir o poder devido a restrições orçamentárias. A acadêmica da Universidade de York, Daphne Halikiopoulou, observa que esses partidos estão adaptando suas mensagens para atrair eleitores insatisfeitos com as opções tradicionais.
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