19 de jun 2025

Aumenta a esperança de derrubar regime no Irã, afirma Nobel da Paz em entrevista
Intelectuais iranianos alertam que a guerra atual resulta da política do regime e pedem suspensão do enriquecimento de urânio.

Shirin Ebadi posa na sede da Federação Internacional de Direitos Humanos em Paris após receber o Nobel em 2003 (Foto: GABRIEL BOUYS/ AFP)
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Intelectuais iranianos pedem suspensão do enriquecimento de urânio
Intelectuais iranianos, incluindo a advogada e Nobel da Paz Shirin Ebadi, solicitaram a suspensão imediata do enriquecimento de urânio pelo Irã e o fim das hostilidades com Israel. Em artigo no jornal francês “Le Monde”, Ebadi argumenta que a busca por um programa nuclear é a raiz da atual guerra.
A advogada, exilada em Londres desde 2009, destaca que a verdadeira paz só será alcançada com a substituição do regime teocrático. Desde 1979, a política externa do Irã tem se baseado na hostilidade contra Israel e os Estados Unidos. Para Ebadi, mesmo que o conflito atual termine, o regime continuará a impor guerras ao povo iraniano.
A repressão interna no Irã aumentou durante a guerra, com um aumento significativo nas execuções e prisões. A advogada observa que a situação pode unir a oposição contra o regime, que tem enfrentado protestos violentamente reprimidos nos últimos anos. Contudo, ela acredita que as forças repressivas estão enfraquecidas, aumentando as chances de sucesso da oposição.
Reação internacional e apelos à revolta
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, incentivou o povo iraniano a derrubar o regime. Ebadi afirma que a população não precisa de incentivos externos; quando decidir agir, fará isso por conta própria. A advogada também critica a postura do governo brasileiro, que condenou os ataques israelenses, mas se absteve de apoiar investigações sobre violações de direitos humanos no Irã.
Ebadi conclui que a comunidade internacional deve prestar atenção à luta do povo iraniano contra a tirania religiosa, em vez de focar apenas em acordos com o regime. A situação atual representa uma oportunidade para a resistência interna, enquanto o regime enfrenta desafios sem precedentes.
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