Israel ataca complexos militares do Irã e intercepta mísseis em nova ofensiva

Ataques aéreos israelenses atingiram um complexo militar no Irã, localizado a sudeste de Teerã, na segunda-feira, 23. O ataque, conforme reportado pela mídia estatal Nour News e pela Reuters, era esperado, segundo Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF. Ele destaca que Israel tem atacado alvos militares desde o início da ofensiva.

A resposta do Irã é uma preocupação crescente, com o país reativando sua defesa aérea em Teerã. Durante o mesmo período, sirenes soaram em Tel Aviv, indicando que mísseis iranianos foram detectados em direção a Israel. O embaixador do Conselho de Segurança do Irã, Amir Saeid Iravani, afirmou que o país decidirá "o momento, a natureza e a escala da resposta proporcional aos Estados Unidos".

Os ataques israelenses visam retardar o programa nuclear iraniano, com estimativas dos EUA sugerindo que poderiam atrasar seu avanço em até seis meses. Brustolin ressalta que a intenção dos EUA é eliminar o programa nuclear, não apenas retardá-lo. Apesar dos ataques, não foram detectados vazamentos significativos de radiação, indicando que o Irã conseguiu retirar o urânio enriquecido de suas instalações.

Tensão Regional

A escalada do conflito não afeta apenas os países diretamente envolvidos. Nações do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, elevaram o nível de alerta e reforçaram a segurança. Brustolin alerta que, se o Irã retaliar diretamente os EUA, isso poderia desencadear uma resposta militar americana e potencialmente uma guerra em larga escala.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu calma durante uma reunião emergencial, enfatizando a necessidade de um processo diplomático para resolver a crise. A situação é complexa, com o Irã buscando projetar sua força, mas ciente dos altos custos de um confronto direto com os EUA.

Impacto Humanitário e Econômico

A escalada do conflito tem gerado um impacto humanitário significativo, com milhares de feridos e mortos em ambos os lados. O preço do petróleo também subiu, refletindo a instabilidade na região. O Congresso iraniano aprovou uma resolução pedindo o fechamento do Estreito de Ormuz, uma via crucial para o transporte de petróleo.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) convocou uma reunião de emergência para discutir a situação no Irã. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que os ataques causaram "danos muito significativos" às instalações nucleares, mas a extensão dos danos internos ainda é incerta.