Etíopes e eritreus se reencontram com reabertura histórica da fronteira

Recentemente, comunidades na fronteira entre Etiópia e Eritreia se reuniram pela primeira vez em cinco anos, celebrando a reabertura simbólica da fronteira em Zalambessa. O evento, realizado por ativistas locais, ocorreu após um longo período de tensões e fechamento da fronteira, exacerbados pelo conflito na região de Tigray.

A reunião, que contou com a presença de líderes comunitários e religiosos, simbolizou um momento de paz e reconciliação. Desde o início do conflito em Tigray, em novembro de 2020, as comunidades estavam separadas, enfrentando dificuldades econômicas e sociais. Durante a celebração, muitos expressaram suas emoções ao reencontrar familiares e amigos, após anos de separação.

A reabertura da fronteira foi organizada sem apoio oficial, mas com a bênção de autoridades locais. Os participantes clamaram por um futuro de paz, destacando a importância de retomar o comércio e as interações sociais. "Queremos comer, comerciar e participar de eventos sociais como antes", afirmou uma mulher de Tigray.

Apesar do clima de otimismo, desafios significativos permanecem. A infraestrutura em Zalambessa está severamente danificada, com serviços de eletricidade, telefonia e bancos destruídos. A recuperação exigirá investimentos substanciais, e a reconstrução de serviços essenciais, como água e saúde, está em andamento, mas lenta.

Desde a secessão da Eritreia, há mais de três décadas, as relações entre os dois países têm sido tensas. Embora um acordo de paz tenha sido assinado em 2018, a eclosão do conflito em Tigray interrompeu o progresso. Nebiat Woldegergis, que participou da cerimônia, expressou confiança na continuidade do processo de paz. A expectativa é que essa iniciativa local possa inspirar um diálogo mais amplo entre os governos da Etiópia e Eritreia.