24 de jun 2025

Efeitos do golpe de 1953 no Irã ainda alimentam conflitos atuais entre nações
EUA intensificam apoio à mudança de regime no Irã após ataque, gerando preocupações sobre a estabilidade regional e possíveis consequências.

Manifestante segura foto com as imagens do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini (Foto: Pedro MATTEY / AFP)
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Após um ataque direto dos EUA ao Irã, o discurso sobre mudança de regime em Teerã ganhou destaque em Washington. O presidente Donald Trump e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, incentivaram a população iraniana a se levantar contra suas lideranças, caso o governo de Teerã não busque uma solução diplomática pacífica.
Nos dias seguintes ao ataque, o tema da mudança de regime, antes marginal, emergiu com força. Trump utilizou suas redes sociais para expressar apoio à ideia, enquanto Leavitt fez declarações que sugerem uma possível insurreição popular. No entanto, muitos membros do Gabinete preferem evitar essa expressão, lembrando os fracassos de intervenções passadas dos EUA, como a derrubada do primeiro-ministro Mohammad Mossadegh em 1953.
A operação que depôs Mossadegh, orquestrada pela CIA e pelo governo britânico, teve consequências duradouras. O líder nacionalista buscava a nacionalização da indústria petrolífera, então controlada pela Companhia Anglo-Iraniana de Petróleo. A crise culminou em um golpe que trouxe o xá Mohammad Reza Pahlevi ao poder, resultando em um regime autoritário e repressivo.
Consequências Históricas
As décadas seguintes foram marcadas por instabilidade e repressão sob o xá, que acabou sendo deposto na Revolução Islâmica de 1979. A ascensão do aiatolá Ruhollah Khomeini estabeleceu um regime que se opôs abertamente aos EUA, gerando um ciclo de hostilidade. A instabilidade no Irã também contribuiu para a invasão do país pelo Iraque, resultando em uma guerra de oito anos.
Atualmente, os apelos por mudança de regime levantam preocupações sobre o futuro do Irã. A possibilidade de um governo liderado pela Guarda Revolucionária, que já exerce controle econômico, poderia intensificar a corrida armamentista nuclear. Exemplos de intervenções anteriores dos EUA, como no Iraque e Afeganistão, levantam dúvidas sobre a eficácia de tais ações e suas consequências para a região.
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