Irã declara disposição para reiniciar enriquecimento de urânio e programa nuclear

A Agência de Energia Atômica do Irã anunciou que o país está preparado para retomar o enriquecimento de urânio, apenas 12 dias após Israel iniciar bombardeios em suas instalações nucleares. A declaração foi feita em meio a um frágil cessar-fogo entre Israel e Irã, mediado pelos Estados Unidos. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, elogiou o cessar-fogo e pediu a cooperação do Irã para resolver a disputa nuclear.

Desde o início da ofensiva israelense em 13 de junho, a região tem enfrentado uma escalada de violência. Os ataques israelenses foram acompanhados por bombardeios americanos, que atingiram três instalações nucleares no Irã. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra a base americana de al-Udeid, no Catar. Apesar do cessar-fogo, ambos os países se acusam mutuamente de violar os termos acordados.

Reações e Consequências

O Parlamento iraniano aprovou a suspensão da cooperação com a AIEA, com 221 votos a favor. Essa decisão foi tomada um dia após a implementação do cessar-fogo. O governo iraniano ainda não definiu quando a suspensão terá início. Grossi destacou a importância de garantir o retorno de inspetores às instalações nucleares para avaliar os danos.

O clima permanece tenso, com o Irã prometendo retaliação e o Exército israelense avaliando os impactos de seus ataques. Um relatório preliminar da Defense Intelligence Agency sugere que os bombardeios atrasaram o programa nuclear iraniano em meses, mas não o destruíram completamente. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as capacidades nucleares do Irã foram "destruídas", embora essa afirmação seja contestada por análises independentes.

Negociações em Andamento

As negociações entre os EUA e o Irã estão em andamento, com otimismo em relação a um possível acordo de paz. O emissário de Trump, Steve Witkoff, declarou que as conversas são "promissoras". Enquanto isso, o Irã mantém estoques de urânio enriquecido, assegurando a continuidade de seu programa nuclear. A situação continua a ser monitorada de perto por analistas internacionais, que avaliam as implicações do conflito para a segurança regional e global.