25 de jun 2025

Palavras ganham força e imagem na comunicação da era Trump
A análise de Baudrillard revela como a estética da guerra contemporânea distorce a realidade dos conflitos, tornando os mais consumíveis.

Foto: Reprodução
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Jean Baudrillard, filósofo francês, provocou debates intensos nos anos 90 ao afirmar que a Guerra do Golfo “não tinha acontecido”. Para ele, os ataques dos Estados Unidos ao Iraque eram mais uma simulação do que um verdadeiro conflito. A ideia central era que a guerra se apresentava como uma experiência virtual, distante da brutalidade real.
A análise de Baudrillard se torna pertinente novamente ao observar as guerras contemporâneas. A cobertura midiática atual continua a transformar conflitos em experiências quase fictícias, onde a estética prevalece sobre a realidade. Os eventos são apresentados de forma a parecerem mais um espetáculo do que uma tragédia humana.
Durante a Guerra do Golfo, os ataques aéreos eram transmitidos em tempo real, com imagens que lembravam um videogame. Mísseis iluminavam o céu noturno, explosões eram acompanhadas por narrações que minimizavam a gravidade da situação. Essa representação distorcida da guerra gerou uma desconexão entre o que realmente acontecia e o que era mostrado nas telas.
A partir de 2003, com a Segunda Guerra do Golfo, essa estética se intensificou. A guerra passou a ser vista como um entretenimento, uma atividade que poderia ser consumida como um produto de mídia. Essa transformação levanta questões sobre a forma como a sociedade percebe e reage aos conflitos armados.
A reflexão sobre a obra de Baudrillard é crucial para entender a dinâmica atual das guerras. A estética da guerra contemporânea pode obscurecer a realidade, tornando os conflitos mais palatáveis e menos impactantes para o público. A análise crítica da mídia é essencial para resgatar a gravidade das situações de conflito e suas consequências para a humanidade.
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