Política

Rivais aproveitam desmantelamento da Voz da América nos Estados Unidos

Rivais dos Estados Unidos, como China e Rússia, expandem influência midiática após desmantelamento de agências de comunicação americanas.

Placa de propaganda do programa Voice of America (VOA) em ponto de ônibus de Washington, EUA; ao fundo, Capitólio (Foto: ALEX WONG/Getty Images via AFP)

Placa de propaganda do programa Voice of America (VOA) em ponto de ônibus de Washington, EUA; ao fundo, Capitólio (Foto: ALEX WONG/Getty Images via AFP)

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Os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, enfrentaram uma significativa redução de sua influência global ao desmantelar agências de mídia, como a Voz da América. Essa decisão permitiu que rivais como China e Rússia expandissem suas operações de mídia, influenciando narrativas globais.

A editora-chefe da RT, rede de notícias russa, celebrou a decisão de Trump, afirmando que o fechamento da Voz da América era um "feriado" para ela e seus colegas. Hu Xijin, ex-editor do Global Times da China, expressou satisfação com a paralisia das operações de mídia americana, considerando-a "realmente gratificante". Essa mudança foi bem recebida por autoridades em países como Camboja e Cuba, que viram uma oportunidade de fortalecer suas próprias narrativas.

Nos meses seguintes, China e Rússia intensificaram seus esforços para dominar o espaço deixado pelos EUA. Especialistas em política externa alertam que a administração Trump não apenas perdeu o controle sobre a comunicação global, mas também entregou essa influência a adversários. Catherine Luther, professora da Universidade do Tennessee, destacou que os EUA estão "jogando a favor deles".

Mudanças na Estratégia de Comunicação

Os Estados Unidos, historicamente, foram pioneiros em gerenciar mensagens globais, utilizando cultura e mídia para projetar uma imagem positiva. Entretanto, desde janeiro, o governo Trump desmantelou estruturas essenciais, como uma força-tarefa de influência estrangeira no FBI e um escritório do Departamento de Estado dedicado a combater a desinformação. Isso resultou em uma redução significativa das operações de veículos como a Voz da América, que alcançavam milhões de pessoas semanalmente.

A Casa Branca não comentou sobre as críticas, mas um assessor de imprensa fez uma postagem irônica em uma rede social, listando "adeus" em 20 idiomas. Enquanto isso, a administração Trump se concentra em outras formas de poder, como pressão econômica e militar, em vez de fortalecer sua presença midiática.

Reação Internacional

Com a diminuição da influência americana, outras potências começaram a preencher o vácuo. A Sputnik, veículo de mídia apoiado pelo Kremlin, abriu um escritório na Etiópia e planeja expandir para a África do Sul. A TRT, emissora pública da Turquia, também aumentou sua presença global, prometendo ser uma "voz alternativa" na mídia.

Na China, a agência de notícias Xinhua intensificou seus esforços para dominar a narrativa global, buscando parcerias com veículos ocidentais. A mídia estatal chinesa tem promovido produtos culturais, como videogames, para aumentar sua influência. Shaoyu Yuan, pesquisador da Universidade Rutgers, observou que a China está ajustando suas estratégias para se adaptar ao novo cenário.

A União Europeia e o Reino Unido também estão investindo em suas próprias iniciativas de poder brando, reconhecendo a importância de combater a desinformação. A situação atual reflete uma mudança significativa no equilíbrio de poder da comunicação global, com os Estados Unidos enfrentando desafios sem precedentes em sua capacidade de influenciar a opinião pública internacional.

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