Política

Ocidente aprende com a guerra na Ucrânia e busca novas estratégias de rearmamento

A JSMC enfrenta dificuldades para aumentar a produção de tanques, enquanto a Ucrânia inova e produz armamentos rapidamente.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, participa de uma foto ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski e do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Haia, na Holanda, para a cúpula da Otan (Foto: Ben Stansall/AFP)

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, participa de uma foto ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski e do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Haia, na Holanda, para a cúpula da Otan (Foto: Ben Stansall/AFP)

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Dentro do Joint Systems Manufacturing Centre (JSMC) em Ohio, a principal fábrica de veículos blindados dos Estados Unidos, a produção do tanque Abrams é um processo meticuloso. Desde 1942, a JSMC recondiciona modelos antigos, já que a fabricação de tanques novos foi interrompida. A Polônia, por exemplo, aguarda a entrega de tanques Abrams encomendados em 2022, menos de seis semanas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em contraste, a Ucrânia tem demonstrado uma capacidade industrial ágil, produzindo drones em larga escala. Uma empresa ucraniana, que prefere não ser identificada, consegue desenvolver novos modelos em apenas quatro semanas, superando a produção da JSMC, que leva cerca de dois anos para reformar um tanque. Essa diferença de velocidade levanta preocupações sobre a capacidade dos EUA de sustentar um esforço militar prolongado.

A indústria de defesa americana, embora ainda represente 43% do valor global das armas exportadas, não consegue mais produzir em massa como nas décadas de 1940 a 1960. A quantidade de aviões da Força Aérea, por exemplo, caiu de 26.000 em 1956 para menos de 5.000 em 2025. A complexidade das armas modernas e a consolidação da indústria resultaram em um arsenal menor e mais lento para ser reabastecido.

Desafios da Indústria de Defesa

Os desafios enfrentados pelos EUA incluem a dificuldade em aumentar rapidamente a produção. Em 2022, o Pentágono estabeleceu uma meta de 75.000 cartuchos de artilharia por mês, mas a produção real ficou em apenas 40.000. A JSMC, por sua vez, pode dobrar sua produção de tanques, mas ainda assim é insuficiente para atender a uma demanda crescente.

A situação é ainda mais crítica em um cenário de conflito prolongado, como uma possível guerra com a China. Simulações indicam que os EUA poderiam esgotar seus estoques de mísseis em apenas três semanas. A dependência de componentes importados, especialmente da China, também levanta preocupações sobre a segurança da produção militar americana.

Inovação e Adaptação

A guerra na Ucrânia exemplifica como a necessidade de inovação pode transformar a indústria de defesa. Em 2024, a produção de drones ucranianos alcançou 2,2 milhões, representando 95% do total utilizado pelas forças armadas. A capacidade de adaptação rápida e a construção de novas fábricas pequenas têm sido fundamentais para o sucesso da Ucrânia, que agora produz uma variedade de armamentos, incluindo obuses e veículos blindados.

Enquanto isso, a JSMC continua a operar com um modelo de produção que não consegue acompanhar a velocidade das necessidades modernas. A vulnerabilidade dos tanques Abrams em combate e a dificuldade em reabastecer estoques refletem a necessidade urgente de reavaliar e modernizar a indústria de defesa dos EUA para enfrentar os desafios contemporâneos.

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