Aumenta o número de pessoas que cruzam o Canal da Mancha em pequenas embarcações

Quase 20 mil migrantes chegaram ao Reino Unido em pequenas embarcações nos primeiros seis meses de 2025, representando um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2024. O governo britânico, sob a liderança do Primeiro-Ministro Sir Keir Starmer, anunciou novas medidas rigorosas para combater o tráfico de pessoas e os contrabandistas que facilitam essas chegadas.

Dados oficiais indicam que 19.982 migrantes cruzaram o Canal da Mancha entre janeiro e junho de 2025. Em 2024, o total de chegadas foi de quase 37 mil, um aumento de 25% em comparação a 2023. Desde 2018, mais de 170 mil pessoas chegaram ao Reino Unido por esse meio. O governo alertou que a situação no Canal está "deteriorando".

Medidas Governamentais

As novas propostas do Ministério do Interior incluem proibições de viagem e restrições em redes sociais para suspeitos de tráfico. Um novo crime, que envolve colocar vidas em risco no mar, pode resultar em até cinco anos de prisão. Aqueles que forem condenados por atos preparatórios para o contrabando, como a compra de peças de barco, podem enfrentar penas de até 14 anos.

Além disso, as regras para a obtenção da cidadania britânica foram endurecidas. Agora, é quase impossível para quem chega ao país em pequenas embarcações se tornar cidadão. Estima-se que 71 mil pessoas serão impactadas por essas mudanças. A proposta também visa deportar qualquer solicitante de asilo condenado a mais de um ano de prisão.

Contexto Internacional

Em 2024, mais de 180 mil migrantes chegaram por mar à Europa, com a Itália recebendo a maior parte. No mesmo ano, 1,1 milhão de pessoas solicitaram asilo na União Europeia, uma queda de 3% em relação ao ano anterior. O governo britânico está investindo £150 bilhões para estabelecer um novo Comando de Segurança de Fronteira, que liderará os esforços para lidar com a crise das pequenas embarcações.

A Organização Internacional para Migrações (OIM) registrou 82 mortes de migrantes no Canal em 2024, tornando-o o ano mais mortal até agora. Em 2025, já foram contabilizadas 18 mortes. O aumento da mortalidade é atribuído ao uso de embarcações menos seguras e à superlotação.