Homem é preso na Dinamarca por espionagem contra judeus em Berlim para o Irã

BERLIM (AP) — Um homem, identificado como Ali S., foi preso na Dinamarca sob suspeita de espionagem para o Irã. Ele teria coletado informações sobre locais e indivíduos judeus em Berlim, possivelmente para planejar ataques. A prisão ocorreu na quinta-feira, na cidade de Aarhus, conforme informaram os promotores alemães.

Ali S. foi encarregado por um serviço de inteligência iraniano no início deste ano de reunir dados sobre “localidades judaicas e indivíduos específicos” na capital alemã. Em junho, ele espionou três propriedades, o que, segundo os promotores, poderia ser uma preparação para atividades de inteligência na Alemanha, incluindo possíveis ataques a alvos judeus.

Reação das Autoridades

A ministra da Justiça da Alemanha, Stefanie Hubig, afirmou que, se as suspeitas forem confirmadas, trata-se de uma operação “ultrajante”. Ela destacou que a proteção da vida judaica é uma prioridade máxima para o governo alemão. Em resposta ao aumento das tensões, as autoridades de segurança alemãs intensificaram a proteção de instalações judaicas e israelenses após o início de um conflito de 12 dias entre Israel e Irã em junho.

O suspeito é acusado de atuar para um serviço de inteligência estrangeiro. As informações que levaram à sua prisão foram obtidas pelo serviço de inteligência doméstico da Alemanha. Ele será apresentado a um juiz na Alemanha para decidir sobre sua custódia após a extradição da Dinamarca.

Reações do Irã

Após o anúncio da prisão, o embaixador iraniano, Majid Nili Ahmadabadi, foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. A embaixada iraniana em Berlim rejeitou as alegações, classificando-as como “infundadas e perigosas”. Em um comunicado, afirmaram que as acusações parecem parte de uma campanha deliberada para desviar a atenção da “agressão recente do regime israelense contra o território iraniano”.

A relação entre Alemanha e Irã tem se deteriorado, especialmente após a execução do prisioneiro iraniano-alemão Jamshid Sharmahd, o que levou à ordem de fechamento dos consulados iranianos na Alemanha. Atualmente, o Irã mantém apenas sua embaixada em Berlim.