01 de jul 2025

Polônia impõe controles nas fronteiras com Alemanha e Lituânia para segurança
Polônia reintroduz controles nas fronteiras para conter imigração, em resposta a críticas internas e pressão da extrema direita.

O primeiro-ministro, Donald Tusk, na quinta-feira passada em Bruxelas. (Foto: Associated Press/LaPresse)
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O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, anunciou a reintrodução de controles temporários nas fronteiras com a Alemanha e a Lituânia, a partir de 7 de julho. A medida visa conter a imigração e as devoluções organizadas por Berlim, em meio a crescentes tensões migratórias no país.
A decisão ocorre após críticas da oposição, especialmente do partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), que acusa o governo de inação e de se submeter à Alemanha. Desde setembro do ano passado, a Alemanha já havia implementado controles em suas fronteiras, dificultando a passagem de imigrantes e solicitantes de asilo.
Na Polônia, o sentimento anti-imigração é forte, especialmente em relação a pessoas de origem africana e asiática. O governo de Tusk endureceu a política migratória, suspendendo o direito de asilo na fronteira com a Bielorrússia. O país, em grande parte, funciona como um ponto de trânsito para imigrantes que tentam acessar a União Europeia.
Tensão nas Fronteiras
A chegada de imigrantes devolvidos pela Alemanha tem gerado a formação de “patrulhas cidadãs” na fronteira, lideradas por figuras da extrema direita. Esses grupos têm se confrontado com as forças de segurança e tentado bloquear a passagem de migrantes. O ex-ministro de Defesa do PiS, Mariusz Blaszczak, criticou a presença de imigrantes em situação vulnerável, afirmando que isso coloca em risco a segurança nacional.
Tusk, por sua vez, negou que a Alemanha esteja "inundando" a fronteira polonesa com devoluções. Ele afirmou que não permitirá a entrada de pessoas com documentação questionável e justificou os novos controles como uma “correção” necessária diante das mudanças nas políticas alemãs.
Contexto Político
A reintrodução dos controles ocorre em um momento delicado para o governo de Tusk, que enfrenta um aumento da ultradireita e críticas após a derrota nas eleições presidenciais de junho. O primeiro-ministro já havia criticado a decisão da Alemanha de fechar suas fronteiras, considerando-a uma suspensão do espaço Schengen. Agora, busca mitigar as críticas internas e restabelecer a ordem nas fronteiras polonesas.
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