02 de jul 2025


Gangues controlam 90% de Porto Príncipe e ONU alerta para colapso no Haiti
A ONU alerta para o controle de gangues em Porto Príncipe, que ameaça a estabilidade do Haiti e gera novos casos de tráfico de pessoas.

Policiais patrulham as ruas da capital do Haiti, Porto Príncipe (Foto: Clarens SIFFROY / AFP)
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Gangues armadas estão dominando cerca de 90% de Porto Príncipe, capital do Haiti, alertou a ONU nesta quarta-feira, 2. A situação se agravou após a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry no ano passado, resultando em um possível colapso total da presença estatal na cidade.
Miroslav Jenca, secretário-geral assistente da ONU, destacou a erosão da autoridade estatal e do Estado de Direito, afirmando que a violência das gangues impacta todos os aspectos da vida pública e privada. O número de deslocados internos no país já chega a 700 mil, segundo um relatório anterior da ONU. Apesar dos esforços da polícia local e de uma missão multinacional liderada pelo Quênia, a restauração da ordem tem sido ineficaz.
Aumento da Violência
Ghada Waly, diretora do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, informou que a violência das gangues aumentou, com a atual taxa de controle passando de 85% para 90%. As gangues estão criando estruturas paralelas de governança e oferecendo serviços básicos, enquanto novos casos de tráfico de pessoas surgem, incluindo denúncias de remoção de órgãos.
A crise política se intensificou após a saída de Henry, que foi substituído por um frágil conselho de transição, encarregado de organizar eleições até fevereiro de 2026. A última votação ocorreu em 2016, e a falta de um governo estável contribui para a escalada da violência.
Resposta Internacional
A ONU enfatiza que, sem uma ação mais decisiva da comunidade internacional, o colapso total da presença estatal em Porto Príncipe pode se concretizar. Jenca ressaltou que as opções atuais são menos custosas e complexas do que as que surgiriam após um colapso total. A proposta do secretário-geral António Guterres inclui a criação de uma missão da ONU para apoiar logisticamente a força liderada pelo Quênia.
A situação no Haiti, o país mais pobre das Américas, continua a se deteriorar, exigindo atenção urgente da comunidade internacional para evitar um desastre humanitário ainda maior.
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