04 de jul 2025

Dalai Lama inicia processo de sucessão aos 90 anos e revela critérios de escolha
Dalai Lama sugere que seu sucessor pode ser escolhido em vida e pode nascer fora da China, impactando a sucessão no budismo tibetano.

Líder espiritual tibetano, Dalai Lama, participa de uma cerimônia de oferenda de Oração de Longa Vida no Templo Tibetano Principal em McLeod Ganj, perto de Dharamsala (Foto: Sanjay BAID / AFP)
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O atual Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano, completará 90 anos no próximo domingo, 6 de julho. Exilado na Índia desde 1959 devido à repressão chinesa no Tibete, ele é uma figura de grande influência global. A escolha de seu sucessor é um tema de interesse não apenas para a comunidade budista, mas também para países como China, Índia e Estados Unidos, devido a suas implicações geopolíticas.
Recentemente, o Dalai Lama anunciou que seu sucessor pode nascer fora da China e considerou a possibilidade de eleger um sucessor ainda em vida. Ele também sugeriu que a reencarnação poderia ser uma mulher. Em seu novo livro, o monge budista expressou que seu sucessor deve vir do "mundo livre", e prometeu mais detalhes sobre a sucessão próximo ao seu aniversário.
A tradição tibetana estabelece que a busca pelo sucessor começa após a morte do Dalai Lama. Essa tarefa é realizada por lamas que seguem pistas místicas e sinais físicos. No entanto, a China reivindica o direito de aprovar o sucessor, alegando que a reencarnação deve ser reconhecida por Pequim. O governo chinês teme a influência de líderes tibetanos no exílio e busca evitar a emergência de uma nova liderança carismática.
O parlamento tibetano no exílio, baseado em Dharamsala, já estabeleceu um sistema para garantir a continuidade do trabalho até que o sucessor seja encontrado. A Gaden Phodrang Foundation, criada pelo Dalai Lama em 2015, será responsável por essa busca. A China, por sua vez, insiste que a reencarnação deve ocorrer dentro de seu território e sob suas diretrizes, o que gera desconfiança entre os tibetanos.
Os Estados Unidos, que têm se posicionado contra a influência chinesa, afirmaram que não permitirão que Pequim interfira na escolha do sucessor. Em 2024, o presidente Joe Biden sancionou uma lei que pressiona a China a abordar as demandas tibetanas por maior autonomia. A presença do Dalai Lama na Índia é vista como um fator importante na dinâmica geopolítica da região.
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